Terminou nesse dia 30 a greve dos trabalhadores da construção civil de Suape, em PernambucoNesse dia 29, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgou a greve ilegal. Isso permite que a patronal faça o desconto dos dias parados. Será realizada uma negociação entre a patronal, o sindicato, a Federação e Confederação dos trabalhadores da construção civil e, principalmente, a comissão de empregados das empresas. Com isso, a categoria voltou ao trabalho na perspectiva do abono das faltas.

De toda forma, neste processo foram concedidas as duas reivindicações ainda pendentes de uma pauta com 13 itens. Com isso, o valor da cesta básica passou de R$ 80 para R$ 160 e o pagamento das horas extras aos sábados de 70% para 100%.

Além da vitória econômica, a greve constitui uma vitória política, pois foi garantida a estabilidade por um ano da comissão de empregados da CONEST (consócio responsável pelas obras na refinaria), principalmente após o ataque de um dos seguranças do SINTEPAV, em que um operário levou um tiro. Isso repercutiu negativamente, ocasionando o repúdio dos trabalhadores e, dessa forma, a direção do sindicato não se arriscou mais a participar das assembleias.

A mobilização teve o apoio desde o início da CSP-Conlutas de Pernambuco e do MLP (Movimento de Lutas Populares). Em seguida somaram-se a federação e confederação e Comissão de Base dos trabalhadores que passaram a conduzir a luta. O companheiro Hélio Cabral foi o responsável pela CSP-Conlutas e teve forte atuação nas assembleias, reuniões e piquetes. Nesta última assembleia, ele lembrou a importância da unidade das entidades e responsabilizou a Petrobrás e o Governo Federal pela situação de miséria que vive os operários. Também enfatizou a necessidade da organização de base como principal instrumento para mobilização dos trabalhadores.

Hélio destacou ainda a importância da participação da CSP-Conlutas na reunião nacional com as centrais sindicais, o governo e as empresas de construção civil, em que foi exigido o atendimento das reivindicações dos trabalhadores. Esta reunião aconteceu no dia 29 e teve como pauta as revoltas dos trabalhadores da construção civil nos principais canteiros de obras do PAC.

A greve acabou, mas a luta em Suape continua. É preciso resolver o impasse do desconto dos dias parados e também buscar o cumprimento do acordo dos outros itens (hora intinere, desvio de função entre outros). Além disso, é preciso garantir a estabilidade para as demais comissões, mas para isso será fundamental o fortalecimento das mesmas. As Comissões de Base já marcaram reunião e contarão com a presença da CSP-Conlutas.