Sem avanço nas negociações, a unidade do movimento ganha pesoApesar das fortes ameaças de demissão e corte dos dias parados por parte da patronal, os mais de 30 mil trabalhadores da construção civil da Petroquímica Suape e da Refinaria Abreu e Lima decidiram, em assembléia realizada nesse dia 25, manter a greve por tempo indeterminado.

O impasse da greve se dá porque os patrões estão intransigentes em elevar o valor da cesta básica para R$160,00, e 100% das horas extras aos sábados. Por último, os trabalhadores exigem o não desconto dos dias parados.

A CSP-Conlutas vem acompanhando a mobilização desde o seu início. Ela está sendo dirigida pela Federação, Confederação da Construção Civil e Comissão de empregados. A central tem acompanhado as discussões junto à Comissão de Negociação nas audiências, reuniões, assembléias e piquetes. Na última assembléia, o representante nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, esteve em Suape para expressar a solidariedade da central. Em sua intervenção, lembrou aos trabalhadores de Pernambuco que eles não estão sozinhos na luta. Exemplificou com as mobilizações que vem ocorrendo na obra de Jirau, em Rondônia, e em vários outros canteiros do país.

“A luta que fazemos aqui é em defesa de nossos filhos, dos nossos pais, dos nossos irmãos e parentes e, por eles, nós vamos enfrentar quem estiver à nossa frente. Vamos enfrentar o governo, seja ele do estado seja ele federal”, explicou Atenágoras. No final de sua intervenção, defendeu a independência do sindicalismo e a enfatizou importância das comissões de base. “O sindicalismo que está nesse palanque precisa manter-se independente e apoiar-se na força das comissões de base pra levar adiante a vitória dos trabalhadores de Pernambuco. A vitória de vocês é a vitoria da classe trabalhadora brasileira”.

Também estavam presentes na assembleia o Sindicato dos Correios (SINTECT-PE), Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), a Força Sindical, o Movimento de Lutas Populares (MLP), a Federação e Confederação da Construção Civil. Outras entidades já declararam apoio ao movimento paredista, em Pernambuco: o Sindicato dos trabalhadores (SINTUFEPE-UFRPE), SINDJUD-PE, Sindicato da construção Civil de Belém e Fortaleza.
O próximo passo do movimento será uma assembleia conjunta no dia 28 para definir os rumos do movimento. No dia 29, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região poderá julgar a greve a pedido das empresas que compõem o consórcio.

Todos os envolvidos querem resolver essa questão, mas está claro que não dá mais pra admitir um crescimento econômico apenas para uma pequena parcela da população pernambucana. Os trabalhadores são aqueles que produzem a riqueza da nossa sociedade e são eles que constroem, com muito suor e esforço, o desenvolvimento de Pernambuco. Por direito, devem ter condições de trabalho e salários dignos, bem como benefícios e garantias que atendam suas necessidades. Basta de tanta exploração em Suape!