Se a vida já não está fácil para nenhum trabalhador, ela vai piorar para 1.900 trabalhadores terceirizados da empresa Liber, empresa que presta serviço para a rede hospitalar pública do estado de Pernambuco. Como se não bastasse os consecutivos atrasos no pagamento dos salários e tíquetes, eles estão agora ameaçados de perder o emprego no final de agosto.

 A empresa alega que está sendo obrigada a demitir os trabalhadores por falta de repasse do governo do estado. Já o governo do estado diz que não tem dinheiro em caixa para saldar a dívida, que já chega a R$ 32 milhões. Nesse jogo de empurra-empurra, só os trabalhadores é que vão sair perdendo.

E falta dinheiro?
Não é de hoje que em diversas entrevistas e pronunciamentos o governador do estado de Pernambuco fala da necessidade de apertar o cinto nas contas públicas para enfrentar a crise econômica. Mas, infelizmente, o senhor Paulo Câmara esquece a crise econômica na hora de conceder milionárias isenções fiscais para os grandes empresários.

Basta ver a sangria nas contas públicas que acontece todo ano para salvar a Arena Pernambuco. Esse ano o governo arcou com R$ 93 milhões, dinheiro que só serve para enriquecer o dono da Odebrecht, empresa que construiu e gerencia o estádio. Para os ricos não tem aperto, o cinto anda bem folgado. É por isso que falta dinheiro para melhorias na vida da população pobre e dos trabalhadores.

Fortalecer a luta, impedir as demissões e barrar os ataques
É necessário que os trabalhadores terceirizados da empresa Liber continuem mobilizados. Nos últimos meses eles realizaram diversos atos públicos contra as más condições de trabalho, atraso no salário e tíquetes e as demissões. Os protestos foram feitos junto com terceirizados de outras empresas, que também prestam serviço ao estado.

O conjunto do movimento sindical precisa apoiar essa luta e prestar toda solidariedade. É preciso fazer diferente do sindicato da categoria, ligado a Força Sindical, que até o momento não impulsionou uma grande campanha para impedir essas demissões.

Nós do PSTU prestamos nosso apoio e exigimos que o governador Paulo Câmara não deixe essas demissões acontecerem. É preciso que ele garanta aos trabalhadores terceirizados estabilidade no emprego, além do pagamento dos salários atrasados e dos tíquetes. Essa crise não é dos trabalhadores, exigimos punição às empresas terceirizadas que realizar demissões e fim da renuncia fiscal para os empresários!

Mas a luta dos trabalhadores terceirizados não pode parar por aí. É preciso também lutar contra o ajuste fiscal do governo Dilma que corta direitos históricos e tentar aprovar medidas que pioram e muito a situação da classe trabalhadora. Como o PPE e a PL da terceirização, que garante aos empresários legalmente o rebaixamento dos salários e aprofunda a precarização nas condições de trabalho.