Recentemente, foi divulgada uma pesquisa mostrando que a PDVSA – estatal petroleira venezuelana – é a maior empresa estrangeira atuando nos Estados Unidos. A PDVSA superou a Shell e se tornou a maior petrolífera estrangeira na distribuição de combustíveis no país, com 13.682 postos.

O balanço mostra a presença de capital estrangeiro no país até o fim de 2005. Os dados são da Agência de Informações de Energia dos Estados Unidos.

Por trás dos números, porém, há algo que deve ser discutido: as estreitas relações econômicas entre EUA e Venezuela. Apesar de todo seu discurso, o presidente Hugo Chávez fornece uma boa parte do petróleo consumido nos EUA – a Venezuela é o terceiro maior fornecedor. Do total de 3,1 milhões de barris de petróleo produzidos diariamente pela Venezuela, 1,3 milhão (42%) destina-se ao mercado americano.

Para onde vai todo esse petróleo? Diferente do que diz Chávez, o combustível não é destinado a ajudar as famílias pobres dos EUA. O produto é vital para mover a economia norte-americana e, principalmente, a máquina de guerra do governo George W. Bush no Iraque e no Afeganistão.

Por outro lado, o petróleo venezuelano também responde a crise energética vivida pelos EUA. As reservas do ouro negro estão se esgotando no coração do império. A produção mundial de petróleo também está próxima de alcançar seu pico. Algo que levará ao inexorável declínio da oferta petroleira mundial.

Mas enquanto muitos geólogos apontam para este declínio, a PDVSA se propõe a aumentar a produção para 5,8 bilhões de barris diários em 2012 e para mais de 7 bilhões de barris diários em 2020. Aumentando assim suas exportações para os EUA.

É justamente a crise energética que leva o imperialismo a atuar com uma política de rapina e saque dos recursos naturais. Se no Oriente Médio leva a cabo a guerra, na América Latina foram as privatizações e, agora, as parcerias com estatais, que são utilizados como instrumento do roubo. Tudo (é claro) com a mais ampla colaboração dos governos da região.

Na Venezuela a história não é muito diferente. A PDVSA assinou contratos com as grandes companhias petroleiras internacionais, transformados em empresas mistas. Isto é, as multinacionais são sócias da PDVSA, sendo donos de 49% do petróleo e das instalações dos poços petroleiros e campos.

O envio de petróleo venezuelano é fundamental para mover a máquina de guerra no Iraque. Se Chávez fosse conseqüente na luta antiimperialista suspenderia o envio de petróleo a Bush, algo que, sem dúvida, traria muito mais dor de cabeça ao presidente norte-americano.