Não parece haver limite para o buraco no qual o mal intitulado “Partido Comunista do Brasil” se afunda cada vez mais. Mais governista que o próprio partido do governo, o PCdoB abandona qualquer resquício de escrúpulos para proteger Lula e as instituições da democracia burguesa.

A última investida dos comunistas foi a defesa incondicional do atual presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-líder da tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor. Assim como fez no escândalo do “mensalão”, o partido assumiu a linha de frente na defesa do senador, acusando um fictício “golpe das elites” e, mais especificamente, o argumento surrado do “golpe da mídia”.

Enquanto o senador do partido, Inácio Arruda, do Ceará, agia no Congresso para salvar seu chefe corrupto, na Internet, o site Vermelho publicava notícias diárias protegendo o presidente da Casa. No mundo imaginário do PCdoB, não há provas concretas contra Renan e tudo não passa de uma manobra da direita, aliada à mídia, para derruba-lo, colocar um parlamentar anti-governista na presidência do Senado e, indiretamente, atingir Lula.

“Depois de três meses de investigações nas quais a vida pública e privada do senador foi revirada e vasculhada não se encontrou uma única prova que confirmasse tal acusação”, afirma de forma cínica artigo de Alberto Monteiro publicado no último dia 12. Mais do que defender a impunidade, o PCdoB menospreza a inteligência dos leitores e de seus próprios militantes. Pela lógica do partido governista, o fato do homem que pagava mensalmente R$ 12 mil à ex-amante de Renan ser lobista de uma empreiteira com negócios no estado do senador é mera coincidência.

Da mesma forma, o PCdoB nada fala sobre as notas frias apresentadas por Renan ao próprio Senado, periciado pela Polícia Federal. O partido se cala diante dos laranjas utilizados pelo senador para comprovar negócios inexistentes. Se é verdade que a denúncia contra Renan foi apresentada primeiramente pela revista Veja, como é alardeada pelos “comunistas”, é mais verdade ainda que o senador não só não rebateu as denúncias, como se enrolou ainda mais em suas próprias mentiras.

Desta maneira, o PCdoB repete a atuação que teve no caso do “mensalão”, afundando-se na lama para ajudar a salvar as instituições falidas do regime. O caso Renan Calheiros soma-se assim à cada vez mais longa lista de escândalos e absurdos que marcam o declínio irreversível do outrora partido de esquerda. A essa lista inclui-se a já citada crise do “mensalão”, o leilão e desnacionalização dos poços de petróleo comandado pelo “comunista” Haroldo Lima, dirigente da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o abafamento de crises como a dos “sanguessugas” e tantos outros escândalos.

“Se o senador Calheiros for absorvido é uma vitória , em primeiro lugar, do Estado Democrático de Direito”, continua o artigo de Monteiro. Se por um lado a absolvição de Renan coloca “panos quentes” na crise, por outro aprofunda ainda mais o desgaste do Congresso e do regime perante a população e os trabalhadores.

Por trás da comemoração da impunidade de Renan, o regime se afunda e com ele o PCdoB, agarrado alegremente em suas instituições corruptas e falidas.