Apesar da imprensa e do governo alardearem que o projeto de reforma Sindical que será apresentado hoje é consensual entre os trabalhadores, cada vez mais setores do sindicalismo repudiam o projeto. Nem mesmo dentro da CUT há acordo. E, por isso, a Corrente Sindical Classista, ligada ao PCdoB, e diretores da esquerda cutista realizaram um ato nesta quarta-feira, 2, em São Paulo. No protesto, que começou às 10h na Assembléia Legislativa, cerca de 300 sindicalistas denunciaram a ameaça de perda de direitos históricos dos trabalhadores e de controle sobre os sindicatos.

O ato foi convocado com um manifesto, assinado por oito diretores da Executiva da CUT e muitos diretores da CUT São Paulo, entre eles, Wagner Gomes, Jorge Luís Martins, Francisvaldo Mendes, Lujan de Miranda, Bernadete Menezes, Emanuel Melato, Ana Paula de Simone e Edson Carneiro da Silva. Os sindicalistas distribuíram um manifesto, no qual diziam: “A lógica da PEC é dar superpoderes às cúpulas das centrais sindicais e restabelecer a intervenção do Estado na organização sindical, abrindo o processo de “livre negociação”, ao mesmo tempo que nega o irrestrito direito de greve. Portanto, é uma obrigação de todos os sindicatos entrarem na luta para derrotar essa proposta na forma em que está apresentada”.

Além dos sindicalistas, a mesa do ato foi formada ainda por Agnaldo Fernandes, do P-SOL, Waldemar Rossi, da Pastoral Operária, e por Antonio Carlos dos Reis Salim, presidente da CGT. Salim criticou o acordo: “Não dá para aceitar que as centrais venham dizer que os sindicatos devem defender a reforma”.

A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) esteve presente ao ato. Dirceu Travesso, da Oposição Bancária e da Conlutas falou aos sindicalistas presentes: “O governo Lula tornou-se o gestor do FMI em nosso país e, a mando dele, quer trazer esta reforma. A CUT diz que os trabalhadores são a favor. É mentira”. Dirceu apresentou o calendário aprovado no encontro nacional da Conlutas, em janeiro, e convocou todos a construirem as atividades de forma unitária. Dirceu, um dos signatários da ‘Carta à Esquerda Cutista’, do PSTU, conclamou “Vamos juntos fazer uma grande jornada de lutas neste país”. Militantes do PSTU estiveram presentes e distribuíram o panfleto nacional do partido, com textos sobre a reforma.

SOMAR ESFORÇOS – O PCdoB, até então, vinha apoiando a reforma Sindical, inclusive com a participação de um de seus diretores da CUT nas negociações no Fórum Nacional do Trabalho. Recentemente, definiu uma posição contrária. Em