Leia e reproduza a moção de repúdioMoção de Repúdio à postura da AMES (RJ) e da PM no 1º Encontro Municipal de Estudantes em Luta

No último fim de semana aconteceu na UERJ o 1° Encontro Municipal de Estudantes em Luta (1º EMELutas) do Rio de Janeiro, organizado por mais de 25 grêmios estudantís. Na verdade o encontro se propunha a discutir política e organizar a luta por fora da AMES, Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas, já que sua estrutura burocratizada impede que os estudantes façam de suas verdadeiras reivindicações pontos de pauta, além de, agora, acatar às decisões do Governo Federal.

O evento conseguiu aglutinar mais de 150 estudantes e a abertura seguia bem e politizada até que cerca de 30 universitários e diretores da AMES ligados ao PCdoB e a UJS chegaram cantando palavras de ordem. O fato é que, ao saberem da realização deste encontro, marcaram um COMEB (Conselho Municipal de Entidades de Base), pela AMES, para o mesmo dia, que por motivos óbvios foi desmarcado.

Na tentativa de continuação do encontro, os estudantes se dirigiram para os GDs, mas os diretores da AMES, entre outros estudantes também ligados ao PCdoB fecharam a saída do auditório à força; também à força nós conseguimos passar e começar os GDs. A plena realização daquele encontro significava uma enorme derrota política para a entidade e, por isso, meia hora mais tarde, eles voltaram dispostos a invadir os GDs e acabar de vez com ele. Bateram nas portas, até quebrarem seus vidros, e nos militantes. A segurança da UERJ não conseguia conter a arruaça.

A Polícia Militar foi chamada pela AMES para acabar com o Encontro. Com fuzis em punho entraram nas salas e nos obrigaram a sair. As forças repressoras do Estado tiveram que utilizar gás de pimenta para dispersar os estudantes que ainda permaneciam. Descemos para a Concha Acústica da UERJ e começamos uma nova plenária, agora com cerca de 80 pessoas, já em clima de uma nova chamada para o movimento estudantil carioca. Não satisfeitos, os PMs voltaram. Jogaram a comida do encontro no chão e gás de pimenta para o alto novamente. Mais contato físico até que puxaram uma pistola e prenderam um estudante. Depois de quase meia hora de conversas, conseguimos, com a presença de um advogado, soltá-lo e começamos uma nova plenária com as mesmas 80 pessoas. Esta plenária deliberou pela continuidade do encontro em uma data a definir.

Nós, entidades, organizações e ativistas abaixo assinados, repudiamos os acontecimentos ocorridos no último dia 06 de novembro, onde o setor majoritário da AMES convocou a Polícia Militar para de forma truculenta acabar com o 1º EMELutas.
Achamos que tais métodos são inadmissíveis no seio do movimento estudantil. Questões do movimento não são resolvidas com polícia e sim em base à discussão.
Esperamos que fatos como este jamais voltem a acontecer.

Os ativistas, organizações e entidades que desejarem assinar a moção enviem as assinaturas para o e-mail [email protected].