No dia 26 de março, a greve dos professores estaduais da Paraíba completou um mês. Às 7h da manhã, o comando de greve foi ao palácio do governo, junto com alguns deputados, para uma mesa de negociações que, infelizmente, não avançaram muito.

Foi marcada uma nova rodada de negociações para o sábado, 27, pela manhã. Finalmente, neste dia, o governo apresentou uma mudança em sua proposta, propondo reajuste de 7,86% retroativo a janeiro. O governo assumiu o compromisso de pagar a diferença caso o índice nacional do piso seja maior.

O comando fez uma contraproposta, aceitando os 7,86% e um reajuste de 5% no escalonamento de diferenciação salarial para professores graduados, mestres e doutores além do cumprimento do restante da pauta, como convocação imediata dos últimos aprovados nos dois últimos concursos, eleição direta para diretor em todas as escolas, PCCR para trabalhadores não-docentes e outras questões.

O governador se comprometeu a fazer um estudo sobre o impacto dessa proposta nas finanças do Estado, mas não se mostrou muito animado alegando que isso causaria uma repercussão nas demais categorias. O governo se compromete em continuar negociando as demais questões, alega que a grande dificuldade é que o estado ultrapassou em 1,63% o limite do gasto com pessoal, e a LRF o impede de realizar qualquer outro reajuste ou gratificações que altere a folha, inclusive contratar os concursados, pois implicaria em retirar um prestador de serviço que recebe apenas um salário mínimo e colocar um efetivo que receberá um pouco mais e terá mais direitos.

A categoria não é responsável pelo inchaço da folha de pagamento de pessoal do estado e não pode ser penalizada por isso. Terça-feira, 30, acontecerá uma nova assembleia geral que votará a continuidade da greve ou não. O comando espera que o governo apresente uma nova proposta até lá. Caso contrário, a greve continua e com ações mais radicalizadas ainda.

*Lissandro Saraiva faz parte do Comando de Greve Estadual – Sintep