Assembleia dos operários do Comperj em fevereiro

Na manhã desta quarta-feira, 2 de abril, os operários do Complexo Petrolífero do Rio de Janeiro (Comperj) foram apanhados de surpresa por mais um ataque da patronal.

As empreiteiras que compõem o consórcio privado responsável pela obra estão iniciando um processo de demissão de funcionários, especialmente daqueles que estiveram mais envolvidos com a greve dos operários. “Trata-se de um contra-ataque da patronal que quer se livrar daqueles que estiveram na linha de frente da greve. Também querem demitir operários mais antigos para contratar outros e assim evitar novas mobilizações em 2014”, disse um operário das obras ao Portal do PSTU.

Nesse dia 1° de abril, os operários realizaram paralisações internas nos canteiros de obra. Pelo menos 90% dos trabalhadores aderiram à paralisação. As trabalhadoras da cozinha enfrentam uma enorme perseguição. Desde que começaram a se mobilizar, os patrões não se cansam de ameaçá-las de demissão. Para garantir o funcionamento da cozinha, os ônibus que transportam as trabalhadoras estão sendo escoltados por seguranças privados dentro e fora dos veículos.

O Portal do PSTU apurou que os canteiros estão ocupados por policiais e seguranças privados. O clima é de repressão total. Um jipe do exército foi avistado nesse dia 2 dentro da obra. Cipeiros do Consórcio CPPR, que integra empreiteiras com a Odebrecht, foram barrados na entrada do principal canteiro do Ceperj.

Os operários retomaram as mobilizações após a patronal não respeitar parte dos acordos que foram firmados com a categoria na semana passada.

Greve
Após 40 dias de greve, a os operários do Comperj decidiram, em assembleia realizada no dia 17 de março, pelo fim da greve da categoria. A decisão ocorreu após o sindicato, o Sinticom (filiado à CUT), anunciar uma proposta da patronal de reajuste de 9% nos salários. Contudo, as paralisações foram retomadas no dia 19 quando os operários descobriram que não havia proposta nenhuma e que tudo não passava de uma grande mentira do sindicato. 

Desde então o sindicato desapareceu, não chamou assembleia e fingiu que a greve não existia. Os operários passaram então a negociar diretamente com os gerentes de obras. Na semana passada, diante da mobilização dos operários, a patronal resolveu firmar acordos com a categoria. No entanto, muitos deles não estão sendo cumpridos.