Ato reuniu cerca de 600 pessoasOs moradores sem-teto do Pinheirinho e moradores de bairros que correm o risco de serem despejados realizaram uma passeata pelo centro de São José dos Campos nesta sexta-feira, dia 28, data considerada dia nacional de luta do movimento popular por condições dignas de vida e de trabalho.

A passeata começou na Praça Afonso Pena. Pelas ruas do centro da cidade seguiram até o Paço Municipal, onde protestaram contra a política de moradia do município.

Além dos moradores do Pinheirinho, participaram moradores de bairros como Vila Corintinha, Banhado, Santa Cruz, Vila Guarani, Nova Tatetuba, Cambuí, Piraquara e Sapê, que protestaram contra a reestruturação urbana proposta pela prefeitura, que prevê o despejo dos moradores destes bairros para a construção de novas avenidas.

“Com esta passeata quisemos mostrar para a sociedade o quanto sofrem os moradores que a qualquer dia não terão onde morar, em razão da higienização social e a estruturação urbana que o prefeito Eduardo Cury está fazendo, para favorecer construtoras e empresários em geral”, afirmou o diretor do Sindicato e presidente da SAB da Vila Corintinha, Edmir Marcolino da Silva.

As ações dos movimentos populares serão desenvolvidas em inúmeros estados do país para denunciar as condições miseráveis de vida e cobrar soluções ao governo a essa situação degradante pela qual passam as camadas sociais mais carentes.

“São milhares de favelas, de cortiços, de áreas de risco em que vivemos indignamente. São milhares de trabalhadores e trabalhadoras desempregados, informais ou trabalhando em situação de extrema precariedade, submetidos à grande exploração que lhes arranca o sangue, o suor e, às vezes, a lágrima. São milhares, transportados no caos da cidade como gado, de crianças sem creche, de jovens e adultos sem educação pública com um mínimo de qualidade”.

Com este grito, os movimentos populares irão denunciar a situação dos que são as maiores vítimas da exclusão social provocada pelo modelo neoliberal, que beneficia grandes bancos e empresas que dominam o capital.

Reivindicações
As principais reivindicações nacionais são:

  • Uma política habitacional popular baseada em subsídios, com valor adequado à realidade das metrópoles, sem o entrave burocrático e elitista dos financiamentos bancários. Que o Governo Federal desenvolva uma política nacional de desapropriações de terrenos e edifícios urbanos que não cumprem função social, destinando-os às demandas populares organizadas.
  • Uma política nacional integrada de transporte urbano público gratuito, de qualidade, priorizado em relação ao transporte individual, que tem levado as metrópoles ao caos.
  • Uma política de educação que crie creches públicas geridas em conjunto com as mães, que valorize os professores e profissionais da educação, que qualifique o ensino não apenas visando o mercado mas a consciência crítica e social dos alunos.
  • Controle restritivo das taxas cobradas por serviços públicos básicos como água e energia elétrica, garantindo a aplicação de Tarifas Sociais previstas na lei.
  • Políticas de geração de trabalho e renda que dêem alternativas sociais e não policiais aos trabalhadores informais.