Na tarde deste dia 7, os trabalhos do Elac consistiram em debates sobre uma proposta de manifesto. Foi feita a leitura da proposta inicial de texto, após a qual os participantes presentes fizeram suas intervenções com propostas de alterações e adendos.

O texto apresentado mostra os ataques imperialistas em todo o planeta, o saque aos recursos naturais, a exploração da mão-de-obra, a opressão como instrumento da exploração, as dívidas externas, entre outros pontos. Fala também sobre o papel criminoso dos governos que se apresentam como ‘progressistas´, mas enganam os trabalhadores para melhor servirem ao capital. E diz ainda que parte do projeto de dominação imperialista é também no campo militar, com ocupação de países, como ocorre no Haiti, ou com a instalação de bases militares norte-americanas.

Por outro lado, o texto fala que os ataques têm tido como resposta uma heróica resistência dos povos, citando lutas importantes, como dos mineiros de Bolívia, Peru e Chile, dos professores na Argentina e em Oaxaca, no México, a resistência haitiana à ocupação, as lutas da juventude, ocupando universidades, ruas e praças. Há o papel traidor das direções, e a repressão ordenada pelos governos, na tentativa de conter os levantes.

O texto coloca que para resolver estes problemas, é preciso romper com o capitalismo e avançar para o socialismo. “Por tudo isso, o Elac chama a unidade de todos os lutadores do continente, para resistir aos ataques do capital, seja ele imperialista ou nacional. Chama a integração na luta das entidades que são protagonistas destes enfrentamentos, na cidade ou no campo”, diz parte do texto proposto. Ao final, a proposta é construir uma coordenação latino-americana e caribenha de trabalhadores, “que busque a unificação das lutas dos trabalhadores e da juventude”.

Além das diversas bandeiras que já estavam no texto base que foi proposto, diversos adendos foram sugeridos, como a inclusão dos temas de imigrantes, da liberdade de imprensa para os trabalhadores e a luta contra as perseguições aos movimentos sociais. Também foi proposto incluir breve análise sobre a crise alimentar, o atoleiro que vive o imperialismo na ocupação do Iraque e a derrota do projeto da Alca com os TLCs como sua substituição.

Joaninha, de Santa Catarina, apontou a estratégia de todas estas lutas pontuais: “Muitas vozes, muitos ataques, uma só luta: a construção do socialismo, que tem que ser internacional!”.

Ainda na noite deste dia 7 haverá um debate sobre a conjuntura latino-americana. Para o dia seguinte estão programados grupos de discussão por setor de trabalhadores pela manhã e plenária à tarde.