Ministro comemora vitória do governo
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Compra de votos garantiu vitória do presidente colombianoSob muitas criticas e denúncias de compras de votos, os partidários de Álvaro Uribe, presidente colombiano, aprovaram na Câmara dos Deputados (Câmara dos Representantes) um projeto que pode garantir o seu terceiro mandado.

O projeto foi aprovado na madrugada do dia 3, por 85 votos a favor, um voto a mais do que o necessário. Cinco parlamentares votaram contra e 76 foram registrados. O projeto aponta para um referendo nacional sobre a reeleição de Uribe. No entanto, para ser convocado depende de um aval da Corte Constitucional do país.

Especulações dão contra de que Uribe tem a Corte na mão, mas especialistas em direito do país dizem que haverá uma contradição caso a Corte se pronuncie a favor de Uribe. Saúl Emir Ramírez Quesada, do Colégio de Advogados da Colômbia, disse que ao avalizar a primeira reeleição em 2004, a Corte se pronunciou “claramente que um terceiro mandato afetaria o equilíbrio dos poderes públicos e o fundamento da Constituição gravemente”.

Pela legislação do país, o referendo será considerado válido apenas se obtiver comparecimento de 25% do eleitorado. Nesse caso, Uribe poderá ser candidato se obtiver 50% ou mais dos votos no referendo.

Para aprovar a medida no Parlamento, Uribe contou com o apoio de última hora de cinco deputados. Denúncias apontam para a compra de votos. Pouco antes da votação, veio à tona revelação de um esquema de espionagem realizada pela agência de inteligência colombiana. O objetivo era monitorar os votos dos magistrados e congressistas para impedir supostas traições.

Atualmente, metade dos deputados é investigada pela Corte Suprema sob suspeita de vender seus votos. Além disso, é investigada uma denúncia de distribuição de cerca de R$ 200 milhões pelo governo em troca de apoio. Pelas denúncias, os parlamentares teriam permitido a aprovação do projeto para a primeira reeleição de Uribe em 2006 em troca de favores.

Uribe pretende impor uma ditadura civil na Colômbia, com base na chamada guerra contra o terrorismo das Farc. O presidente mantém sua popularidade, apesar de dezenas de escândalos envolvendo seu governo com os chamados “páras”, milicianos de direita que impõem um verdadeiro terror no país assassinado opositores e sindicalistas.

Recentemente, Uribe deu mais uma demonstração de que é o maior lacaio do imperialismo na América do Sul, liberando sete bases militares colombianas para uso das forças militares norte-americanas. O acordo provocou uma crise entre os governos do continente. As bases aumentam a ingerência dos Estados Unidos na América Latina e poderão ser utilizadas para operações contra a guerrilha das Farc, além de representar uma ameaça à Amazônia brasileira e equatoriana.