Em assembleia, categoria decidiu encerrar greve; PSTU defendeu continuidade
(Foto: APP-Sindicato)

Leia a nota de Rodrigo Tomazini, do comando estadual de greve e representante na mesa de negociações com o governo, sobre a defesa da continuidade da greve e as primeiras horas após a decisão de encerrá-la


Ontem, utilizamos todas as nossas forças e argumentos para convencer as companheiras e os companheiros da necessidade de continuar a greve, de não confiar no governo de Beto Richa (PSDB) que sempre nos atacou. Infelizmente, não foi essa a decisão da assembleia. Mas o que a maioria decidiu acataremos. Voltaremos às escolas e encaminharemos as deliberações.
 
Como disse em minha fala, derrotamos o Executivo e o Legislativo. Porém o governo chamou reforço do Judiciário, e não conseguimos convencer a categoria e o comando de greve, maioria dos núcleos regionais e direção da APP-Sindicato, a defender nossa proposta. Assim como na greve do ano passado, ouvimos os argumentos de avanços, de que a categoria não aguentaria mais, voltariam às aulas no outro dia. E, agora, a judicialização.
 
Apostar na derrota é um grande erro e, infelizmente, esse argumento venceu novamente. Perdemos a votação…
 
Minutos após a suspensão de nossa greve, Richa foi para a TV e partiu para o ataque. Em entrevista à Rede Massa, já cantou a bola em relação a aumentos salariais: “não é o momento”. Também falou em corte de ponto de nossa greve e disse que a greve foi somente político partidária. Aqui em Maringá, já avisaram que não haverá redistribuição nem nada com outro nome. O que está marcada é uma distribuição para professores do Quadro Próprio do Magistério (QPM) que ainda não pegaram extras e para PSSs.
 
Agora pela manhã, recebi ligação da escola avisando que teremos reunião para discutir quem serão os funcionários cortados e para que escola irão. São três agentes 1 e dois agentes 2. Eu estou entre eles… Realmente, o governo parte para o contra-ataque.
 
A decisão de nossa categoria foi tomada ontem sem mudança fundamental em nossa pauta, cinco dias depois de uma assembleia com quase 25 mil pessoas, em que refutamos essas mesmas propostas por unanimidade. Continuo defendendo que não foi a opção correta. Porém não podemos chorar sobre o leite derramado. Vamos à luta!
 
Não podemos baixar a cabeça! Vamos nos reorganizar, deixar o medo com o governo e, conosco, ficará somente a coragem e a certeza de que somente a nossa organização e luta pode nos levar à vitória. Não caio nesse discurso de luta entre PSDB e PT, pois nenhum dos dois me representa.
 
Vamos reorganizar as lutadoras e lutadores que derrotaram o Executivo e o Legislativo e deram um grande exemplo de luta para o Brasil e para o mundo! A luta não acaba aqui!