FONTE: Federação Única dos Petroleiros

Todas as refinarias da Petrobrás continuam sem efetuar troca de turno e na Bacia de Campos, principal área produtora de petróleo do país, 18 plataformas aderiram à mobilização. Em Betim (MG) e em Canoas (RS), a paralisação teve início às 7h45 de hoje e prosseguirá até às 7h45 de amanhã (quinta-feira). Nas demais bases, a mobilização convocada pela FUP começou à zero hora de hoje. (veja quadro abaixo). Nas refinarias e principais terminais, a rendição nos turnos foi cortada, mantendo-se em atividade somente os trabalhadores do turno do dia anterior, que já se encontravam nas unidades. Ns principais campos de produção de petróleo, os trabalhadores suspenderam as atividades, mas estão mantendo a produção.

Na Bacia de Campos, maior área produtora da Petrobrás, 18 plataformas estão desde à zero hora sem executar qualquer outra atividade a não ser o monitoramento da produção. Na Bahia e no Rio Grande do Norte, duas outras importantes regiões de produção de petróleo, os trabalhadores também aderiram à paralisação de 24 horas convocada pela FUP.

As principais unidades administrativas da estatal também estão mobilizadas. No Rio de Janeiro, mais de 400 trabalhadores do edifício sede da Petrobrás participaram do ato de protesto que reivindicou uma nova contraproposta da empresa, atrasando em duas horas o início do expediente. O mesmo ocorreu no Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), localizado também no Rio de Janeiro.

Em campanha reivindicatória desde 04 de agosto, quando entregaram ao presidente da Petrobrás a pauta de reivindicações, os petroleiros receberam no último dia 03 uma contraproposta da empresa que nada mais é do que a repetição do atual Acordo Coletivo de Trabalho. Nenhuma das reivindicações da categoria foi atendida pela Petrobrás, que sequer apresentou aos trabalhadores um índice de reajuste salarial. A empresa mantém direitos diferenciados para trabalhadores novos e antigos, não avança nas questões de segurança e nem em relação ao sistema de previdência complementar, assistência médica e demais benefícios.

Apesar dos petroleiros virem proporcionando à Petrobrás sucessivos recordes de produção e lucratividade – como os registrados no primeiro semestre do ano, quando a empresa alcançou R$ 9,372 bilhões de lucro líquido – continuam até agora sem uma proposta de reajuste salarial. Enquanto a produção de óleo e gás da estatal aumentou 216,52% entre 1994 e 2002, os trabalhadores da estatal acumularam perdas salariais de 91,14% neste mesmo período, tomando como base o ICV-DIEESE.

ADESÃO NAS REFINARIAS

REDUC- Refinaria Duque de Caxias, em Duque de Caxias (RJ);
REPLAN – Refinaria de Paulínia, em Campinas (SP);
RPBC- Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP);
RECAP – Refinaria de Capuava, em Mauá (SP);
REVAP – Refinaria do Vale do Paraíba, em São José dos Campos (SP);
RLAM – Refinaria Landulpho Alves, na Bahia;
REMAN – Refinaria de Manaus, em Manaus (AM);
REPAR – Refinaria de Araucária, no Paraná
FAFEN-BA – Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, Bahia
SIX – Superintendência da Industrialização do Xisto, no Paraná;
REFAP – Refinaria Alberto Pasqualine, Rio Grande do Sul – os trabalhadores iniciaram a paralisação às 7h45 de hoje, que será mantida por 24 horas, só voltando a haver troca de turno às 7h45 de quinta-feira
REGAP – Refinaria Gabriel Passos, em Minas Gerais – os trabalhadores iniciaram a paralisação às 7h45 de hoje, que será mantida por 24 horas, só voltando a haver troca de turno às 7h45 de quinta-feira.

Os trabalhadores da FAFEN-SE, Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe, realizaram atraso de duas horas nas atividades. Na LUBNOR –CE, fábrica de lubrificantes do Ceará, houve atraso de uma hora.

ADESÃO NOS TERMINAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Os petroleiros cortaram a rendição do turno à zero hora de hoje nos terminais de Alemoa, São Sebastião, Pilöes e Barueri (estado de São Paulo), no Terminal Madre de Deus (Bahia) e no Terminal de Paranaguá (Paraná). Nos demais terminais da Petrobrás, foram realizados atrasos nas atividades.

ADESÃO NAS ÁREAS DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

Os petroleiros adeririam à paralisação de 24 horas na BACIA DE CAMPOS (18 plataformas), RIO GRANDE DO NORTE (Pólo de Guamaré, Alto do Rodrigues, Estreito, Lorena, Riacho da Forquilha, Mossoró, Canto do Amaro) e BAHIA (campos de Taquipe, Balsamo, Santiago, Araçás, Buracica, Catu e Pojuca).

Nos campos do Espírito Santo, Alagoas, Sergipe e Pará, os trabalhadores atrasaram as atividades em duas horas.

Principais reivindicações dos petroleiros

Os petroleiros reivindicam reposição da inflação do período (setembro de 2002 a agosto de 2003) pelo ICV-DIEESE – 15,5% – e aumento real a título de produtividade – 6,8% – o que representa reajuste salarial de 23,35%. A categoria também reivindica fim das discriminações; primeirização das atividades permanentes, com fim da terceirização e recomposição dos efetivos próprios da empresa; reintegração dos demitidos nas greves de 1994 e 1995 e cancelamento de todas as punições políticas praticadas contra os trabalhadores; fim da política de remuneração variável, com recuperação salarial e um novo plano de cargos e salários. A categoria também exige melhores condições de trabalho e segurança, garantia no emprego, redução da jornada de trabalho para o regime administrativo, sem redução de salários.