As atividades do Dia Nacional de Greves e Mobilização, chamado pelas principais centrais sindicais do país, começaram cedo na Paraíba. Aconteceram manifestações nos três principais municípios do estado. Além da capital João Pessoa, Campina Grande e Patos contaram com protestos da classe trabalhadora e da juventude. Duas rodovias federais e quatro estaduais foram fechadas pelo MST pela manhã, deixando as saídas de João Pessoa para Recife e Natal interditadas.
 
Em João Pessoa, foi realizado pela manhã um ato público em frente ao Hospital Universitário, na UFPB, contra a implementação da EBSEHR que é a privatização da presidente Dilma Rousseff (PT) a essa unidade federal de saúde. A partir das 13h, os movimentos organizados se concentraram na Lagoa, Parque Sólon de Lucena, no centro da capital paraibana, para seguir em passeata pelas ruas da cidade. Participaram do movimento a CSP-Conlutas, CUT, UGT, NCST, CTB e Força Sindical. Vários sindicatos marcaram presença, além dos estudantes e suas organizações, como a ANEL, UNE e o Movimento Passe Livre de João Pessoa.
 
Na passeata, que reuniu cerca de oito mil manifestantes, houve duas paradas estratégicas. A primeira foi em frente à rodoviária para protestar contra a privatização das rodoviárias de João Pessoa e Campina Grande que segue em curso pelo governador Ricardo Coutinho (PSB). Em frente à prefeitura, os estudantes denunciaram o prefeito Luciano Cartaxo (PT) que está há tempos enrolando o movimento nas negociações sobre o passe livre. Eles exigem que esse direito seja irrestrito. Isso porque a Prefeitura implementou o passe livre aos 100 dias de governo, mas só para os estudantes matriculados na rede municipal, deixando de fora os estudantes das escolas estaduais e federais que moram na cidade.
 
O ato terminou na Praça dos Três Poderes, momento em que todas as centrais puderam apresentar suas reivindicações. Para Antônio Radical, da CSP Conlutas, o Dia Nacional de Luta foi muito importante, pois colocou em cena a classe trabalhadora diante da onda de protestos que varreu o país nas últimas semanas. “A classe trabalhadora não precisa de reforma política, mas sim de salários dignos e melhores condições de trabalho. Precisa de saúde e educação públicas de qualidade. Para isso, é preciso garantir que a verba pública vá para onde é realmente preciso e não para os ricos. Só no ano passado, foram R$ 750 bilhões que o governo destinou aos banqueiros e especuladores”, declarou Radical.
 
Muitas categorias aderiram à greve nacional. Entre elas, ferroviários, portuários, professores do Estado e de várias prefeituras da Grande João Pessoa, trabalhadores do IF, da UFPB, dos Correios e da construção civil. Os bancários paralisaram suas atividades a partir de 13h. Funcionários da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA), em greve desde esta quinta-feira, também aderiram ao movimento nacional.
 
Uma reunião foi marcada para fazer um balanço do ato em João Pessoa para a próxima semana e para dar continuidade às lutas.