Concretizando a necessidade de expandir o alcance da Conlutas, Soraya Menezes falou sobre dois setores oprimidos da sociedade: mulheres e homossexuais. Diretora da Alem (Associação Lésbica de Minas) e do Sindeess (Sindicato da Saúde Privada de MG), Soraya propôs a formação de uma comissão de mulheres para encaminhar a luta contra a opressão. Ela defendeu ainda que um encontro nacional seja realizado pela Conlutas.

Sobre o movimento GLBT, Soraya fez duras críticas ao governismo e ao oportunismo da direção das entidades do setor. “Além de denunciar a discriminação, o movimento deve lutar também por saúde, emprego e direitos. É hora de a Conlutas tirar esta bandeira das mãos da burguesia de nada adianta paradas milionárias se, no dia seguinte, homossexuais continuam sendo assassinados por conta do preconceito”, disse.

Soraya ainda criticou a prática de muitos sindicalistas, que não levam a sério e são formais quando tratam deste tema. Ela citou o exemplo de muitos lutadores, que quando o tema da luta contra a opressão é discutido, mantêm-se calados e concordam, para não parecer que são preconceituosos. Ela ainda fez um chamado aos militantes que não assumem sua homossexualidade, com medo do preconceito e do que os trabalhadores de sua categoria poderiam pensar. Para estes, ele fez um desafio especial e afirmou que, agora, eles podem contar com a Conlutas.

Leia sobre os outros palestrantes do painel “A Conlutas, a amplitude de sua composição e os desafios da sua construção”

  • Leandro Soto, da Conlute, resgata a solidariedade entre estudantes e trabalhadores
  • Elias Alfredo afirma que Conlutas pode ser uma nova referência para a luta racial
  • João Batista, do MTL, defende unidade do campo e da cidade
  • Zé Maria defende que nova entidade não seja apenas uma central sindical