Depois da traição do acordo da PLR (Participação dos Lucros e Resultado), agora os governistas da direção da FUP (Federação única dos Petroleiros) preparam mais uma traição contra os trabalhadores a favor da direção da Petrobras.

Em reunião, no Rio de Janeiro, a FUP e Petrobras fecharam um acordo provisório para antecipar a reposição da inflação pelo IPCA, em 7,23%. A iniciativa partiu da FUP, que num jogo de cena dá a entender que isso é uma vitória, e que posteriormente irá lutar pelas demais reivindicações.

Mas o que esta por trás disso é uma grande traição. Com a assinatura deste acordo provisório a intenção dos governistas é esvaziar a campanha salarial. Depois vão tentar convencer os trabalhadores que não é possível realizar greve somente por 10% de aumento real.

Tanto é assim que o Parágrafo 1º, da cláusula 1ª da minuta consta: “A tabela praticada na Companhia até 31/12/06, será mantida para fins de correção das suplementações dos aposentados e pensionistas que não aderiram à repactuação do Regulamento Plano Petros do Sistema Petrobras.”
Ou seja, assinar este termo é concordar com o reajuste pelo IPCA, e não pelo de maior índice, e com a tabela congelada. Portanto é impor aumento real zero à categoria. Tudo isso, antes de qualquer mobilização através da ação direta dos trabalhadores.

Outras categorias
Não é somente uma traição aos petroleiros. É também as categorias que estão em luta, inclusive dirigida por sindicatos da CUT e da CBT. No exato momento que estão em greve nossos companheiros e irmãos dos Correios e Bancários, tendo como principal bandeira a luta pelo aumento real, e a direção da FUP assina um acordo de aumento zero.

Os bancários, que já recusaram reajuste de 8%. Os trabalhadores dos Correios já disseram não à proposta da patronal de R$ 50 reais linear, acima da inflação.
Ao defender a antecipação deste reajuste, baseado no pior índice, a FUP está engessando a campanha salarial, fechando um acordo já rebaixado.

Sem assembleias
Para agravar a situação esta decisão foi tomada pela cúpula da Federação. Novamente os sindicatos da FUP não estão chamando assembleias de base para decidir. Acabou a democracia nas bases da FUP.

Numa manobra burocrática impressionantes, os governistas entregaram a pauta da Campanha Reivindicatória sem passar pelas assembleias, e agora assinam um acordo parcial sem ouvir as bases. Eles sabem que as bases estão contra estas decisões de seus dirigentes.


Para implementar sua política, os sindicalistas do governo acabam com a democracia operária. Foi por essa razão que os sindicatos da FNP (Frente Nacional Petroleira) racharam a FUP há anos atrás.

A FNP continua a chamar os Sindicatos dos Petroleiros que ainda estão na FUP para formarem uma mesa única de negociação e, assim realizar uma greve unificada. Mas a FUP ignora esse chamado e a disposição de sindicatos importantes da categoria, como o Sindipetro do Rio Grande do Norte e o da Bahia.

A FNP se contrapõe a traição da federação governista. Não podemos, em hipótese nenhuma, abrir mão da luta intransigente por aumento real no salário básico.
Para fortalecer essa luta é fundamental que os sindicatos da FNP chamem assembleias em suas bases, que possam decidir pela manutenção da não assinatura do acordo e para que se vote o repúdio à decisão da FUP.

O mesmo deve fazer as oposições que tenham força nas próprias bases dos sindicatos filiados à FUP. É preciso decidir pela formação do Comando Nacional de Mobilização Independente. Somente com unidade da categoria e com democracia, os petroleiros sairão vitoriosos desta campanha salarial.

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