Vera Nepomuceno, do Rio de Janeiro (RJ) e José Geraldo, o “Geraldinho”, de São Paulo (SP)O fracasso do Plano Nacional de Educação se deveu, sobretudo, ao baixo investimento realizado pelos governos FHC e Lula. Hoje se investe entre 4% a 5% do PIB em educação, e Dilma promete ir a 7% do PIB até 2020. No entanto, há motivos de sobra para acreditarmos que isso não passa de mais uma promessa vazia do governo. Assim como os governos de FHC e Lula, a prioridade da presidente Dilma não é com a educação e nem com qualquer outro investimento social, como reforma agrária, saúde, habitação etc. Mas, sim, com o pagamento da dívida pública aos banqueiros.
Para estes senhores são destinados 23,4% do PIB, segundo o próprio Tesouro Nacional. Ou seja, um quarto de toda a riqueza do país vai para o pagamento da dívida, e mesmo que o governo invista agora os 10% do PIB na educação, estará bem abaixo do que ele já destina aos banqueiros.

Além disso, o governo vai gastar apenas 2,92% do orçamento com a educação em 2011. Já a dívida pública vai ficar com quase a metade do
orçamento, 49,15% segundo a Auditoria Cidadã da Dívida. Traduzido em dinheiro, R$ 954 bilhões foram para os banqueiros e R$ 56 bilhões foram para a educação.
Por isso, o investimento anual por pessoas em idade educacional mostra que o Brasil investe muito pouco em educação. Menor do que o investido em Botswana, um pobre país africano onde a expectativa de vida é de 50 anos.

Nesse país se investe US$ 2.203 por pessoas em idade educacional. No Brasil, o investimento é de US$ 959 (veja quadro).

O ajuste fiscal do governo Dilma condiciona toda a proposta do novo PNE. A prioridade do governo é manter intacta a política de ajuste fiscal. Metade do orçamento é destinado para pagar a dívida pública. O lucro das estatais que todo ano é direcionado ao pagamento da dívida é de R$ 32 bilhões ao ano.

Ou seja, todas as 19 metas anunciadas do novo PNE não passam de pura hipocrisia, pois o pagamento da dívida é a grande prioridade governamental, que conta com apoio da mídia e dos empresários e banqueiros.

Por isso, é hora de colocar nas ruas a campanha dos 10% do PIB, já, para a educação. Participe da campanha! (veja página 20).

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