Para Lula, o assassinato da freira Dorothy Stang não tem nenhuma relação com a paralisia da reforma agrária ou com a omissão no combate à violência contra lideranças camponesas e sem-teto. Apesar de a média de dirigentes mortos em seu governo superar a do governo Fernando Henrique e de ter assentado menos famílias do que o governo tucano, o presidente consegue enxergar em sua política agrária uma ameaça a latifundiários e grileiros.

Em visita a um assentamento no Mato Grosso do Sul, nesta terça, 22, Lula declarou que as mortes são uma “atitude pensada de alguns empresários do setor madeireiro que estão revoltados com a política que nós estamos fazendo no estado do Pará e em toda a Amazônia“.

Em seu discurso, Lula ainda prometeu acabar com a grilagem de terra em todo o país: “Quem tiver terra grilada, o governo vai tomar conta porque o Brasil não é terra de ninguém“. Como se isso fosse possível, sem enfrentar o agronegócio e o latifúndio e fazendo acordos com a bancada ruralista na eleição para a Presidência da Câmara.