Gilmar Mauro discursa no ato em São José dos Campos
Kit Gaion

Liderança do MST participou de ato nacional pela reestatização da EmbraerGilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, participou do ato pela reestatização da Embraer, na última quarta, dia 11, em São José dos Campos. Gilmar foi um dos primeiros oradores, e atacou as demissões no país e na Embraer. Ele apresentou a atual crise como uma grave crise do capital e disse que “estamos apenas em seu início”.

Ele declarou seu apoio à campanha que estava sendo lançada. “Apoio a campanha e falo aqui em meu nome, pois ainda iremos discutir oficialmente o tema na direção do MST. Mas, certamente, estaremos juntos nesta luta”, declarou. Ele destacou a importância das mobilizações neste cenário e destacou as recentes ocupações realizadas pelas mulheres sem-terra, no dia 9 de março. “Esses não foram atos apenas das mulheres, mas de toda a classe trabalhadora”, afirmou. Gilmar Mauro também anunciou que protestos serão realizados em abril, lembrando o massacre de Eldorado dos Carajás.

Criminalização
Ao final de sua fala, ele destacou a recente onda de ataques contra o MST. O movimento tem sido acusado por receber de recursos públicos, para projetos de educação, agroecologia e nos assentamentos. Deputados e autoridades têm dado declarações, afirmando que o movimento deve ser impedido de receber dinheiro, por ocupar terras. O episódio da morte de jagunços em um assentamento também tem sido usado, na campanha para levar o MST para a ilegalidade. Até mesmo o presidente Lula fez declarações contrárias aos sem-terra.

Fazendo referência ao ministro Gilmar Mendes, do STF, ele afirmou: “O Gilmar, o outro, tem atacado o MST. Eu costumo brincar que há uma espécie de ‘receita´ para acabar com o MST: é só fazer a reforma agrária. Aí sim. Agora, com ‘lorota´, não se acaba com o MST”

Ele chamou todos os presentes a defenderem o movimento, diante da tentativa de criminalização que está em curso. Para a liderança sem-terra, os ataques de Gilmar Mendes e da mídia devem ser analisados diante da conjuntura em que vivemos. “Há uma grande crise econômica. E ela vai provocar graves conflitos sociais em nosso país e em outros países.” Gilmar Mauro acredita que, com essa campanha, a burguesia está se prevenindo. “Eles precisam se precaver, atacar e isolar aqueles que poderão cumprir um papel importante de resistência nesse cenário. Então, eles estigmatizam, atacam, tentam nos vender como bandidos”, concluiu.

Logo após sua intervenção, Marrom, liderança dos sem-teto do Pinheirinho, denunciou o cerco à ocupação pelas tropas do exército e pela Polícia Militar. Os soldados revistam e invadem casas de moradores, em busca de fuzis roubados de um quartel do exército. Ele apresentou a solidariedade contra os ataques ao MST e denunciou a criminalização dos movimentos sociais.

Oradores seguintes destacaram a necessidade de o MST participar dos atos e paralisações do dia 1º de Abril, contra os efeitos da crise econômica.

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