Apesar da enorme dificuldade de se “traduzir” a obra de Cortázar para outras linguagens, no cinema já foram feitas algumas tentativas. A melhor delas, indiscutivelmente, é Blow Up (Depois daquele Beijo), realizado em 1966 por Michelangelo Antonioni, baseado no conto As babas do diabo, e estrelado por Vanessa Redgrave e David Hemmings.

A história gira em torno de um sujeito que, ao ampliar uma fotografia (blow up, em inglês) tirada aleatoriamente em um parque, descobre um crime e mergulha num história permeada pelos temas preferidos de Cortázar: o jogo das aparências, os labirintos que não levam a lugar nenhum, a total falta de fronteiras entre a realidade e a mais pura fantasia.

Outros filmes, a maioria argentinos, jamais chegaram ao Brasil onde também já foram feitas algumas adaptações dos contos de Cortázar.

Em 1998, Guilherme de Almeida Prado dirigiu A hora mágica, livremente baseado em Troca de Luzes, com Júlia Lemmertz, José Lewgoy, Maitê Proença e Raul Gazolla. Ambientado na década de 50, o filme tem como centro o mundo do teatro, do rádio e da televisão. O título foi emprestado de uma expressão usada pelos cineastas: a hora mágica é um instante próximo ao pôr-do-sol, quando a luz ainda não desapareceu e é possível captar, nas câmeras, cenas noturnas.

Em breve, entrará em cartaz Jogo subterrâneo, a adaptação que Roberto Gervitz fez do conto Manuscrito. A história, interpretada por Maria Luiza Mendonça, Júlia Lemmertz e Felipe Camargo, se passa no metrô de São Paulo, onde um pianista inventa um curioso jogo para achar a mulher de sua vida.
Post author Wilson H. da Silva, da redação
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