Kubitschek entrou no Partido Social Democrata (PSD) em 1945, pelo qual foi eleito deputado federal (1946), governador de Minas (1950) e presidente (1955). Chegando ao poder depois de derrotar uma articulação entre militares e udenistas (membros da extinta União Democrática Nacional, dirigida por Carlos Lacerda, seu principal rival), JK se aproveitou do “boom” econômico do pós-guerra para por em prática um ambicioso Plano de Metas sintetizado no slogan “50 anos em 5”. Um projeto alicerçado nas verdadeiras marcas registradas dos “anos JK”: a entrega do país aos interesses das multinacionais e do capital estrangeiro e o conseqüente endividamento do país.

Exemplo disto foi um de seus principais legados: a destruição da rede ferroviária brasileira para atender aos interesses da indústria automobilística multinacional através de um dispendioso plano de construção de estradas, que além de causar danos estruturais ao país, isolou e destruiu a economia de várias cidades.
Contudo, inegavelmente, o nome de JK será sempre lembrado pela construção de Brasília. Uma história que também precisa ser revista, já que, ao contrário da história que se conta, a mudança da capital para o interior do país se deve muito mais à intenção de distanciar o poder federal dos centros urbanos (sempre mais suscetíveis a protestos e manifestações) do que a qualquer projeto de desenvolvimento da região.

Projetos como estes não só foram cercados por denúncias de uma vasta rede de corrupção, como também alimentaram em muito a inflação – que, em 1960, chegou a 30,5% ao ano – e a dívida externa brasileira, que cresceu nada menos do que 171%.
Por fim, apesar de até hoje ser lembrado como uma das muitas vítimas da ditadura (que, na visão de muitos teria planejado sua morte), JK não só apoiou o golpe militar contra João Goulart (com a esperança de ele próprio voltar ao poder), como, depois, legitimou a pose do ditador Castelo Branco.

Nem isso o impediu de ser cassado, o que o levou a um exílio voluntário até 1967, quando voltou ao país e assumiu a função de diretor-presidente de um banco de investimentos, cargo que exerceu até um ano antes de sua morte.

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