Um em cada quatro israelenses acredita que seu país deve abandonar o arsenal nuclear e livrar o Oriente Médio de armas de destruição em massa, segundo uma pesquisa publicada na quinta-feira, 25 de dezembro, em Tel Aviv. O achado indica que 77,4% dos israelenses acreditam que Israel tem armas nucleares, e 25,2% pensam que estas devem ser eliminadas como parte de uma campanha regional de desarmamento. A votação de 504 israelenses foi feita pelo Rádio Estadual Israelense em Tel Aviv. O resultado também demonstra que 56,1% foram contra o desarmamento nuclear, enquanto 18,7% não tinham opinião formada. Entretanto, mais de 22% disseram não acreditar que Israel possui armas nucleares, ou não souberam responder.

O Programa nuclear de Israel está sendo categorizado como tema importante de discussão na região e em Israel, desde que Líbia confirmou no último mês que abandonava seu programa nuclear. Na segunda-feira, 22 de dezembro, os sírios propuseram ao Conselho de Segurança da ONU a proibição de todas as armas químicas, biológicas e nucleares no Oriente Médio, numa tentativa de embaraçar Israel. A pesquisa da quinta-feira foi divulgada dias depois que Mohammad al-Baradai, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) da ONU, aconselhou Israel a abandonar seu arsenal nuclear como parte de um negociação para a paz.

A Assembléia Geral da ONU e da IAEA, nas suas Conferências Gerais, adotaram 13 resoluções desde 1987 apelando à Israel para unir-se ao tratado. Todas foram ignoradas.

O programa nuclear de Israel foi exposto escandalosamente em 1986 por Mordechai Vanunu, cientista nuclear israelense. Logo um jornal britânico publicou as revelações. Agentes do Mossad Israelense seqüestraram Vanunu na Itália e ilegalmente o levaram à Israel. Ele agora cumpre 17 anos na cadeia, sendo que 11 anos deles passou em uma cela solitária minúscula. Ele acaba de solicitar a liberdade condicional.

Em declaração à TV Al Jazeera, Neil Kingsnorth, porta-voz da Campanha pelo Desarmamento Nuclear em Londres, calcula que Israel tenha até 200 mísseis nucleares.