As contradições e repercussões de um evento – de gastos exorbitantes -, em pleno caos social de uma realidade que, à revelia de mídia e poder, insiste em existirEm seu radical grego, “pan” remete a todo, inteiro, completo. O prefixo forma as mais diversas palavras – como panorama, pan-óptico e, é claro, pan-americano. Portanto, ser pan-americano – ao menos em tese – é ser parte integrante dos países existentes na América do Norte, Central ou do Sul: pertencer, enfim, às Américas. Tratar-se-ia de um brevíssimo período, por fim, no qual ser Americano é algo mais amplo do que ter origem ao Norte das Américas (o que aliás, por definição, incluiria também a mexicanos/as e canadenses). Se é ao que o conceito alude – o pan – vejamo-lo então, para além da ilusão ufanista (ou dos holofotes da mídia), em sua totalidade real.

Disputados de quatro em quatro anos, os jogos Pan-Americanos são uma espécie de versão continental das Olimpíadas (aliás, outra invenção da Antiguidade Clássica, rapidamente inserida no circuito imediato de mercadorias da ordem capitalista). Neste ano, a cidade do Rio de Janeiro sediou os jogos pan-americanos e, durante 16 dias, mais de cinco mil atletas de 42 países das Américas almejaram resultados vitoriosos nas mais diversas modalidades esportivas: em quadras, pistas e piscinas [1].

Embora sejam – racional e “instrumentalmente” – contabilizadas e quantificadas a pseudo-efetividade da geração de empregos temporários, a pretensa aceleração da indústria turística e as supostas “melhorias estruturais” para a prática de esportes; o absoluto caos social presente na capital do estado do Rio de Janeiro permanece [2].

Até uma semana antes da abertura do Pan Rio 2007, os principais noticiários nacionais acompanhavam o desenrolar dos fatos no Complexo do Alemão, onde o quotidiano se encalacrou de tal forma com a violência – esta sim, estrutural (e des-estruturante) – que a vida mesma dos moradores dessa região passou a ser ritmada por tiros, esquivas e desespero.

Obviamente, este Pan não faz mágica. A situação desesperadora do Complexo do Alemão não foi resolvida e, muito menos, as diversas mazelas sociais da cidade do Rio. Assim, enquanto há jogos e clima eufórico de vitória de atletas no pódio – em meio ao choro emocionado de derrotas e/ou vibração de torcedores – há também as balas, as mortes, a violência que se aflora nos morros, nas ruas, nas esquinas. Por um lado, competição pelo mais alto lugar do mérito desportivo e, por outro, luta pela sobrevivência natural mais comezinha.

Sim; há samba, poesia – beleza e boêmia –, junto à pobreza, barbárie e frio desconsolo. Ou seja, é a evidência mesma das contradições dilacerantes de uma cidade que se chama Rio de Janeiro onde, desgraçadamente, cada vez mais o medo se incorpora à sua paisagem quotidiana. O Pan, aqui, é prefixo de Pânico [3].

Golpes de Mídia
Através de um modo de “comunicar” muito peculiar, que se faz de picos de informação e pela ótica dos cartéis corporativos da mídia – constantes golpes midiáticos operam em corações e mentes “verde-amarelo” (plim-plim!) com um padrão de distorção que manipula informações de cima para baixo –, de modo a transmutar a própria percepção da realidade.

Assim, o pretenso ‘imaginário social’ do “brasileiro médio” [4] acaba por ser construído sob as bases da ir-realidade ou, enfim, de uma realidade criada por artífices. Deste modo, constrói-se toda uma ambientação que leva a crer que enquanto há o Pan, não há violência no Rio. Cauê – mascote do Pan 2007 – passa a ser quase que um ícone, a agraciar e mesmo “abençoar” toda a cidade: até mais que o próprio Cristo Redentor!

No entanto, a “limpeza” da cidade através da Força Tarefa Nacional – cujo modus operandi, elitista e racista, é o de jogar a “sujeira” para debaixo do tapete –, obviamente, não deu conta. Por tabela, Cauê não conseguiu fazer o milagre de conter a guerra social no Complexo do Alemão e nem as desigualdades tão latentes e evidentes – uma vez mais: estruturais – na cidade e em todo o país. Cauê não o conseguiu porque, simplesmente, nem tudo é festa, jogo ou alegria. Para qualquer um minimamente sintonizado com o concreto – em sua expressão quotidiana –, Cauê era (e é) um significante destituído de significado.

Penalidade Máxima
Para manter o infame simulacro de “cidade maravilhosa”, acabou-se por repreender, duramente, as movimentações sociais e políticas que desafiavam – ainda que simbolicamente – a ordem estabelecida [5]. Isto foi o que ocorreu com a polêmica “re-leitura” da imagem de Cauê a qual mostra, agora, a face a mais espúria e horrenda da realidade carioca e brasileira: os “caveirões”, seus fuzis e muito sangue.

Esta “releitura” da imagem-símbolo do Pan – realizada pelo cartunista carioca Carlos Latuff, e, amplamente divulgada pela rede mundial de computadores – foi utilizada e novamente “re-lida” por movimentos sociais e políticos que distribuíam camisetas e faixas com a estampa que ficou conhecida como a do Pan… Demônio (!).

A “re-leitura” de imagens – especialmente de símbolos e ícones – é prática amplamente utilizada, através de diversos recursos estilísticos que remontam à história cultural do próprio gênero humano: da ironia à paródia, da sátira ao pastiche. Tais recursos perfazem o repertório de estruturas que dão forma e liberdade de expressão à arte e à comunicação humano-sociais [6].

A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência – movimento social popular que denuncia a violência policial contra comunidades da periferia –, foi uma das entidades que utilizaram a malha têxtil como forma de mídia popular e contra-hegemônica para expressar suas críticas ao Pan. A imagem de “Cauê do Pandemônio” – um já não-tão sorridente “Solzinho” e, agora, de fuzil em punho – passou a ser a estampa oficial de suas denúncias sociais.

Em uma sexta-feira de 2007 – dia 20 de julho –, em frente à sede da prefeitura municipal do Rio, realizou-se uma manifestação popular organizada por diversos movimentos sociais e políticos convocada a partir da Coordenação Nacional de Lutas, a Conlutas, contra o exorbitante orçamento – dinheiro público + brutais parcelas do sobretrabalho extraído à maioria da população – utilizado para realizar o Pan e a política “social” de (in) segurança “pública” perpetrada pelo Estado brasileiro às vésperas dos jogos.

Após a manifestação, uma ação policial da Delegacia de Repressão ao Crime Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) – … a polícia pós-moderna? – acarretou a apreensão das camisetas com a imagem do dito “Cauê do Pandemônio”. Os vendedores das camisetas foram surpreendidos pela polícia; os materiais foram confiscados; e, finalmente, o cartunista Latuff – autor de tão polêmico desenho – foi (intimidado e) intimado a comparecer à delegacia para prestar depoimento, sob a acusação de crime de “apropriação indevida de uso de imagem”. E a dita ‘liberdade de expressão’? Esta sim, i-materializou-se [7].

Dois Pesos e Duas Medidas
Se tomássemos ao pé-da-letra a “lógica” de uma ação efetiva sob as penas da lei – para a “apropriação de imaterialidades” –, não seria possível a vista grossa, desde a legalidade instituída, para toda a produção de falsificações dos materiais oficiais, propriedade “imaterial” dos jogos Pan-Americanos. As falsificações esportivas – vendidas lado a lado, nas mesmas bancas de camelô (expressão máxima do trabalho precarizado, na “periferia da periferia”, do capital e sua ordem) – não seriam também “utilização indevida de imagem”?

Em entrevista ao Portal Imprensa, o cartunista Carlos Latuff assim analisa a repercussão de seu desenho: “Fica claro … que se trata de uma ação eminentemente política, já que o cartunista Aroeira [por exemplo e entre outros], … no jornal O Dia, publicou três charges utilizando a imagem da mascote do Pan – com a caricatura do prefeito César Maia, do governador Sérgio Cabral e do presidente Lula – e não recebeu a visita da polícia em [sua] casa, nem o referido jornal foi indiciado por ‘utilização indevida da imagem’”.

A mera existência do protesto social e a ampla produção/circulação de camisetas assinalam que, no mínimo, há já um vasto coro de descontentes. No mínimo, há críticas ao idílico mar de maravilhas do Pan. No mínimo, há discussões a serem travadas e “cidadãos” e “cidadãs” – a sua vez, despossuídos/as dos meios de produção e circulação de imagens e informação – que querem, de alguma forma, se expressar. Evidencia-se, portanto, que nem tudo pode ser controlado, pois a própria dinâmica social – com diferentes relações de classe em presença e repleta de contradições, em seu movimento real – faz com que, vez ou outra, os “fatos” venham revestidos de algo exterior ao que seriam os “dados”, isolados e em-si [8].

Com tamanha força política e ideológica, logrou-se romper, por mais que momentaneamente, a barreira das pautas, formações discursivas e critérios de noticiabilidade dominantes – isto é, a ilusão estrutural-funcionalista do “fato jornalístico” – promovidos no interior de uma certa perspectiva e de um determinado modo de atuação político-editorial.

Neste caso específico, a comunicação popular pautou a mídia nacional, de forma generalizada. Rompeu-se – ainda que episodicamente – os oligopólios familiares da moderna tradição dos meios de comunicação de “massas” brasileiros. A realidade nua e crua de um Rio despido das arenas do Pan, à revelia daqueles que a produzem e reproduzem quotidianamente, insiste em existir. Em um pólo, há a produção, acumulação e expansão de riqueza privada; e, no outro extremo, têm-se a há a produção, acumulação e expansão de seu oposto: a miséria social [9]. Tal é a realidade – toda, inteira e completa. Agora, vejamos.

Se é verdade que o radical grego – o Pan –, alude à totalidade, como dito de início; o prefixo que informa a palavra Pânico [= do Gr. Panikós: “temor irracional ao desconhecido”], por sua vez, vem do deus-Pan. Reza a lenda mitológica que o ídolo seria – como os centauros – um ser a um só tempo homem e animal. À diferença que os aspectos animais e humanos não se distribuiriam simetricamente ao longo de seu corpo. Diferentemente dos centauros, Pan teria pescoço, cabeça e torso humanos; de forma desigualmente combinada a patas, cascos e chifres. Os centauros poderiam ser divindades belas, como homens, e fortes, como cavalos; mas não teriam o poder mundano – sensual e satírico – de um fauno tal qual Pan. Não por acaso, a mística cristã acabou por “re-ler” a paganíssima imagem de Pan – o ser de cascos e chifres, por tudo aquilo que re-apresentava – como o Demônio. Já o ato mesmo de demonizar O Outro Pan – no caso do Jogo – equivale a inverter céu e inferno, a um só tempo denúncia profana e ironia ao sagrado. Que Cauê – o sorridente Solzinho, re-apresentando a suposta “brasilidade” – tenha servido à sátira do Pandemônio [10] é, realmente, fina ironia.

Por fim, a função crítica que a ironia e a sátira podem vir a desempenhar na cultura – quando distanciadas da lógica mercantil da mídia corporativa – torna-se força prática, e intervenção política, justamente quando apropriada pelas “massas” (que os meios, aparentemente, revelam, quando as nomeiam; e, essencialmente ocultam, pois ignoram-nas).

Tal é a realidade – cabe transformá-la: inteira, completa e totalmente.


NOTAS:
1.
Aqui, as proporções de tragédia grega antiga – de culto ao belo, omnilateral e autenticamente humano – seriam ulteriormente reconvertidas à dimensão de farsa, “à brasileira”, na periferia do capital. No percurso mesmo do mais alto “drama” à mais baixa “comédia” – ao menos é o que esperamos os narradores que vos falam –, “castigat ridendo moris” ou, em livre-adaptação: para denunciar os abusos de regra dos ‘de cima’,… “rir é o melhor remédio” (!). Que o diga a “boca-maldita” de Gregório de Matos, sátiro-mor da história literária da língua portuguesa.

2. Além do gigantesco amontoado de fraudes, corrupção e ilegalidades porcamente escanteados pela cobertura “global” do Pan, por um lado, e da denúncia direta de total descaso com o esporte nacional – punho esquerdo em riste, à la Partido de Panteras Negras para a Auto-Defesa, o combativo movimento negro dos anos 70, no EUA –, realizada, por outro, pelo campeão pan-americano de taekwondo, o brasileiro Diogo Silva.

3. E, como atestam a Caros Amigos e o Opinião Socialista: com justeza. Quiçá tenha sido este o sentido impresso às quatro saraivadas sucessivas, as famigeradas vaias de protesto social, que ecoaram em um imenso estádio de futebol impedindo na prática – pela primeira vez em toda a história dos Jogos do Pan – um chefe-de-Estado de realizar sua abertura solene. Que o personagem vaiado tenha sido Lula, que o local tenha sido um Rio dilacerado – entre o riso cômico e o choro trágico –, e, que o palco das vaias tenha sido um Maracanã lotado, acaba por elevar, histórica e dialeticamente, o dramático enredo inicial à condição de verdadeiro épico.

4. Mais uma vez a ideologia dominante é mobilizada de forma a desorganizar a consciência da maioria da população. A nação é re-apresentada enquanto comunidade imaginária, de território artificial e sem divisões de classe. Uma nova espécie (sui generis) de populismo latino-americano – uma vez mais com a adesão ativa, política e sindical, das entidades “trabalhistas” e “comunistas” oficiais – volta a nos assombrar, como em um terrível pesadelo, com um arremedo de política (e estética) do velho “nacional-popular” brasileiro, na Era Lula-Alencar. Hoje, como antes, as Organizações Globo tem protagonístico papel a desempenhar – com a licença poética do saudoso Cazuza – nesta pobre festa “que os homens armaram para [nos] convencer”.

5. As almas das autoridades civis e militares – bem o sabemos: nada poéticas! – não são lá muito afeitas a alegorias, ou mesmo figurações, que não se prestem a mascarar o real. A “ressignificação” – termo tão ao gosto das sensibilidades contemporâneas – só lhes serve em uma única direção: desde os “de cima”, contra os “de baixo”.

6. Quando a lógica nefasta de uma indústria cultural “pós-moderna” imaginava já ter destituído a sua função crítica – à sátira de veio cômico-irônico –, eis que re-surge em cena negando, mais uma vez – e rebelde –, sua integração ao status quo.

7. Como já ex-posto por Marx e Engels desde 1848 – no Manifesto do Partido Comunista –, sobre a lógica societária da ordem capitalista, “tudo o que é sólido desmancha-se no ar”. Se a autoria do crime é “intelectual” e a propriedade privada “imaterial”, a violência que constitui a legalidade instituída dos aparelhos do Estado do Capital – ordenação política que exerce o monopólio “legítimo” da força sobre determinado território –, por sua vez nada simbólica, continua sendo historicamente estrutural.

8. No jornalismo – assim como na ciência, na arte e em tudo o mais que envolve o mundo dos homens – não há “neutralidade-valor” possível (ou desejável). Ou existe tal coisa como um jornalismo sem jornalistas? Bem o sabemos que a forma “técnica” – já seja a jornalística ou de qualquer outro ramo das relações capitalistas de produção de bens materiais (ou simbólicos) – esconde o conteúdo “social”: o fantasmagórico ‘feitiço’ (‘fetiche’) de “uma relação entre coisas” é a aparência de que se reveste a essência social da sociedade produtora de mercadorias. Tal é o fenômeno ideológico que Gyorgy Lukács, seguindo atentamente os passos de Karl Marx, denomina ‘coisificação’ (‘reificação’).

9. Assim o é – e assim o sabemos – desde a Crítica da Economia Política já realizada por Karl Marx. O sistema do capital só conhece uma forma de se expandir: mediante contradições. Não há programa social, focal ou compensatório, que possa “jogar para debaixo do tapete” a suja realidade de que a concentração da riqueza total – sob a ordem do capital – gera, necessária e indivisivelmente, a acumulação da miséria absoluta. Tal é a realidade toda – sobre o Pan e a ordem das coisas – a qual não há ilusão midiática ou agenda eleitoral que possa ainda maquiar: já seja com artifícios pós-modernos ou mistificações neoliberais.

10. O termo Pandemônio (=Do Gr. Pan + Daimonion: “todos os demônios”) adquiriu expressão literária a partir do autor inglês John Milton que, ao final do livro primeiro de seu poema épico – Paraíso Perdido (Paradise Lost, 1667) –, utilizou-o para designar “a Capital Máxima de Satã e seus Pares”, supostamente construída por Anjos Decaídos, à sugestão de Mannon. A paráfrase ao Pantheon grego – lugar, por excelência, de “todos os deuses” – se estabelece a partir da evocação à imagem de uma Câmara-Conselho demoníaca, uma espécie de Parlamento diabólico?, que seria o Pandemônio (“Of Sovran power, with awful Ceremony/And Trumpets sound throughout the Host proclaim/A solemn Councel forthwith to be held/At Pandæmonium, the high Capital”, in: MILTON, 1667, várias edições, grifo nosso).O poema épico retrata em perspectiva moderna – e algo simpática –, a figura de Lúcifer e seus iguais como seres rebeldes que se insurgem contra seu Criador, caracterizado este como o real tirano. A imagem criada se generalizou com tal força através da produção cultural – livros, filmes, HQs e um largo etc. – a ponto de tornar quase impossível encontrar qualquer representação contemporânea do ser-diabólico que não remeta ao personagem de Milton. (A crítica de Milton à tradição judaico-crist㠖 realizada com raro sabor libertário – iria servir de esteio à constituição de uma ética protestante). O seu significado contemporâneo – do Pandemônio – foi se alargando, chegando a significar, por associação, “reunião de pessoas com objetivos malévolos”, derivando-se daí a idéia geral de “dissonância” ou “algazarra” e remetendo, enfim, ao que se suporia uma associação demoníaca: um agrupamento rumoroso, sem qualquer controle ou, quiçá, uma verdadeira “bagunça dos infernos”. Já a existência metafísica de algum Pandemônio – o suposto reino infernal – é colocada em questão pela própria doutrina teológica da Igreja Católica, a partir do princípio de um Deus bom, perfeito e todo-misericordioso que seria incapaz, portanto, de condenar as almas de suas criaturas à danação eternal. Por fim, cabe ressaltar que as imagens dos demônios em-si, tal como conta a história da mitologia pré-cristã, nada mais são do que diferentes expressões do intercâmbio ontológico entre o ser natural e o ser social, sem qualquer laivo maniqueísta de positividade ou negatividade intrínsecas. Que a imagem do deus-Pan tenha sido “demonizada”, de início, pelo ideário do cristianismo oficial – convertido agora em religião dominante – e que, bem a posteriori, a versão panamericana das Olimpíadas (jogos desportivos, originalmente realizados em culto aos deuses) tenha sido agora Pandemonizada – à seqüência do Pan Rio 2007 – é mais uma das finas ironias da qual a História está repleta. Fosse vivo Pan, o deus-Sátiro, far-nos-ia por certo ecoar – em êxtase – pândegas gargalhadas.