Atnágoras Lopes representou a CSP Conlutas em Seminário
Foto: Sticmb Pará

É a primeira vez no Pará que, com essa amplitude, os sindicatos se unem para realizar uma campanha salarial unificada

Em Seminário da construção civil do Pará, realizado esse final de semana na sede campestre do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, sindicatos fizeram o lançamento da campanha salarial dos trabalhadores da Construção Civil. É a primeira vez no Pará que, com essa amplitude, os sindicatos se unem para realizar uma campanha salarial unificada.

  
O evento contou com a participação de dirigentes de 11 entidades e cerca de 100 operários da construção civil. O evento reuniu 10 entidades de trabalhadores da Construção Civil do Pará (Belém, Ananindeua, Altamira, Marituba, Tailândia, Barcarena, São Miguel do Guamá, Santa Izabel, Moju, Santa Isabel e a Fetracompa) e com a participação de uma delegação do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza.
 
O Seminário, também organizado pela CSP-Conlutas, contou com a presença do membro da Secretaria Executiva Nacional, Atnágoras Lopes. 
 
As pautas de reivindicações aprovadas foram: 18,6% de reajuste salarial;  15% de vagas paras as mulheres  nos canteiros; o reconhecimento da profissão de Oficial de Rejuntamento; vale gás mensal;  cesta-básica; plano de saúde; delegado sindical por canteiro de obras, entre outras.
 
“A participação das mulheres dentro dos canteiros está crescendo, assim como a participação política delas no nosso sindicato. Agora é a nossa hora e esse seminário serviu pra fortalecer ainda mais a nossa batalha pelo reconhecimento de nossa pauta. Queremos respeito, qualificação e classificação profissional em todo o estado do Pará, urgente!”, disse a diretora do sindicato da Construção Civil de Belém, Daniele Brito.
 
Durante o seminário, a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Altamira, Maria da Guia, anunciou que sua entidade irá se filiar à CSP-Conlutas ainda durante esse mês de maio.
 
O presidente do Sindicato de Ananindeua, Osvaldo Dias, também anunciou a filiação da entidade à CSP-Conlutas no próximo dia 15 de junho.  O anúncio foi reafirmado por Iran Guimarães, também membro do Sindicato de Ananindeua e integrante da FETRACOMPA (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário dos Estados do Pará e Amapá), que fez um chamado às outras entidades para que “venham fortalecer a unidade e construir essa nova ferramenta de luta”.
 
Para Cleber Rabelo, vereador (PSTU-PA), “esse é o pontapé inicial desse ano para a realização de uma das maiores campanhas salariais da categoria. Vamos ter de arrancar conquistas, respeito e mais dignidades para os trabalhadores”, destacou. Na ocasião, o vereador também falou de seu projeto de lei no qual exige que 20% das casas populares construídas em Belém sejam destinadas aos operários da Construção Civil.
 
Trabalhadores da construção civil do Pará tem o pior salário do Brasil
Os debates sobre as pautas econômicas e sociais foram subsidiados por um curso ministrado pelo Instituto ILAESE (Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos). Na palestra, o diretor do Instituto, Nazareno Godeiro, apresentou índices sociais e econômicos da construção civil no Brasil e no estado, e apontou que os trabalhadores da Construção Civil têm um dos piores salários do Brasil, apesar de a indústria da construção no Pará estar entre as que mais cresceu no país. Os estudos ainda demonstram que os engenheiros do Pará ganham metade do salário de um engenheiro de São Paulo.