PSTU-PA

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O ano de 2019 está sendo marcado por tragédias, muitas ocasionadas pelos desgovernos. Depois do assassinato de mais de 300 pessoas pela Vale em Brumadinho (MG), após o rompimento de uma barragem a qual eles sabiam que iria romper; depois do descaso dos dirigentes do Flamengo do Rio ao manter jovens alojados em um dormitório interditado que não oferecia segurança; agora acontece no Pará.

O governador Hélder Barbalho (MDB), mesmo sabendo que os pilares da ponte estavam desgastados e corriam risco, manteve o tráfego no local. O governo declarou não haver risco de desabamento, que precisaria apenas de reparos e sinalização. Agora, outra parte do complexo da Alça viária desaba.

É um escândalo. Não se pode responsabilizar quem conduzia o barco que colidiu com a ponte, este sim foi um acidente. Uma ponte projetada para que as balsas passem por ela deve prever a possibilidade de choque sem que isso signifique um desabamento. É a mesma lógica dos viadutos de São Paulo que estão caindo por falta de manutenção, isso é o resultado do completo descaso dos governantes com a vida da população.

O complexo de pontes da Alça Viária foi inaugurado em 2002 pelo governador Almir Gabriel (PSDB), e desde lá já apresentava sinais de desgaste, e ao longo dos anos só piorou.

Na madrugada do dia 6 de abril, a parte da ponte sobre o rio Moju desabou. Esta é uma das principais pontes que interliga a região metropolitana de Belém com o interior do estado. O desabamento foi na altura da terceira ponte do complexo Alça Viária, no quilômetro 48 da rodovia estadual, a cerca de 60 km de Belém.

Segundo testemunhas, dois carros que passavam no local caíram, ainda não há informações sobre vítimas fatais.

Em janeiro deste ano já haviam sido evidenciados sinais de desgastes e problemas de corrosão nos pilares nesta mesma ponte do Rio Moju durante a vistoria realizado por técnicos da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), do Conselho Regional de Engenharia (Crea-PA) e do Corpo de Bombeiros. Na ocasião estavam também secretários, deputados e o atual governador Hélder Barbalho.

São quatro pontes na ordem de saída do município de Moju: Cidade, Rio Moju, Rio Acará e Rio Guamá. A segunda ponte, que tem cerca de 800 metros, faz parte de um complexo de pontes e estradas que totalizam mais de 74 quilômetros de rodovias e 4,5 quilômetros de pontes, construídas para integrar a Região Metropolitana de Belém ao interior.

Em março de 2014, outra ponte sobre o rio Moju, localizada a cerca de 120 km de Belém, também desabou e demorou mais de um ano para ser recuperada.

O PSTU exige que seja feita uma investigação independente do ocorrido com o controle dos trabalhadores e a punição dos verdadeiros responsáveis, pois isso poderia ter causado a morte de centenas de pessoas.