Greve da educação no estado completou um mês nesse dia 22

Os trabalhadores em Educação do Estado do Pará interditaram o trevo da Alça Viária, na rodovia Trans–Araparí, na manhã desse 22 de outubro. A partir das 9h, diversos trabalhadores de Belém, Ananindeua, Moju, Santarém, Bragança, Igarapé-Miri , entre outros, atearam fogo em pneus e bloquearam uma das vias de acesso aos municípios  de Marabá e Abaetetuba, no interior do estado. O objetivo era dar visibilidade à greve, que já dura 30 dias e pressionar o governo do estado a atender as reivindicações dos trabalhadores.
 
A interdição da via durou cerca de 4 horas. Sem conflitos com a polícia, o Comando de Greve realizava falas no carro de som e explicavam aos motoristas impossibilitados de prosseguirem o caminho, os motivos da greve.  Segundo eles, o governo Jatene (PSDB) mente quando afirma já ter atendido 90% das reivindicações dos trabalhadores em greve. “Pautas como o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) unificado, pagamento retroativo do piso referente a 2011, jornada de trabalho com, no mínimo 1/3 para hora atividade, além das reformas das escolas ainda não foram sanadas”, afirmou Abel Ribeiro, coordenador estadual da CSP-Conlutas e militante do PSTU.
 
A realidade das escolas mostra o profundo descaso do governo Jatene com a educação em seus 3 anos de governo. À falta de água, de ventilação e até de cadeiras nas salas de aula, soma-se a desvalorização da carreira dos educadores, cujo principal reflexo talvez seja o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), onde o Pará ocupa uma das piores posições. “A greve, na verdade, é por tudo isso. De fundo, lutamos por uma educação pública de qualidade”, afirmou Abel.
 
Ainda segundo ele, o ato mostrou o grau de insatisfação da categoria frente a todos esses descasos.  Mas, mais do que isso, mostrou que a categoria, além de insatisfeita, está com disposição para enfrentar a batalha de cabeça erguida e ir à luta. “Nós devemos fazer igual aos professores no Rio de Janeiro que estão em greve há 3 meses e não recuaram em momento algum. É preciso que sigamos em frente!”, afirmou.
 
Por volta das 13h, a rodovia foi desobstruída e o engarrafamento de mais de 10 km pôde se desfazer, aos poucos. Nesse dia 22 a greve completa um mês e os educadores preparam um ato, a partir da 9h, na Praça do Operário. O destino é o Centro Integrado de Governo (CIG). Os trabalhadores em greve tentarão nova rodada de negociação.