Partido repete argumentos usados por Severino Cavalcanti para defendir nepotismo de senadorO P-SOL saiu em defesa do senador Geraldo Mesquita, do Acre, recém filiado ao partido. Logo após o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, ter defendido como legítima a contratação de parentes em seu gabinete, a imprensa deu destaque ao fato de o mais novo senador do P-SOL manter nove parentes trabalhando em seu gabinete.

A nota do P-SOL, publicada no site do partido, segue a lógica da defesa feita pelo picareta Severino Cavalcanti. Para a Executiva do partido, “o senador não cometeu nenhuma ilegalidade, seus funcionários todos trabalham, e independente de vínculos familiares, são pessoas qualificadas.”

Após as denúncias, Geraldo Mesquita foi à tribuna do Senado para se defender. Em um discurso que começou com um pedido para que “Deus tenha piedade da alma do Papa”, ele repetiu o tom da nota pública do partido e de Severino Cavalcanti. “Preciso dizer que as pessoas que estão a meu serviço são profissionais competentes, alguns poucos com laço de parentesco, sim, pois assim me autoriza a legislação, mas dedicados de corpo e alma às tarefas a eles cometidas”, afirmou Mesquita.

O P-SOL, que diz ter orgulho do senador, atribui as reportagens sobre os parentes à uma “campanha caluniosa com o único interesse de tentar enfraquecer e calar um Senador que recusou-se a compactuar com a traição do governo Lula contra os trabalhadores”. O otimismo da Executiva do P-SOL com as críticas do senador ao governo Lula é, no mínimo, exagerado. Há um ano, no dia 5 de abril, Mesquita era só elogios à Lula. Em discurso no Senado, ele saudou o presidente: “Amanhã, nós, acreanos, estaremos em festa, pois receberemos pela segunda vez como Presidente e talvez pela trigésima vez como amigo, irmão, companheiro, o Presidente Lula.” Na época, Lula enfrentava protestos em praticamente todas as suas viagens. Mesmo depois de ter se filiado ao P-SOL, Mesquita não deixou de elogiar Lula. Logo após o anúncio da renovação do acordo com o FMI, ele parabenizou e deu um “voto de confiança” ao governo.

Apesar da defesa, o P-SOL anuncia que está discutindo com o senador uma reestruturação de seu gabinete, para não dar margens aos ataques. Na tarde desta quarta, dia 6, o senador Geraldo Mesquita anunciou que vai demitir um dos parentes, o sobrinho Cláudio Scafuto, empregado em seu gabinete.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO P-SOL


Repúdio aos ataques ao senador Geraldo Mesquita

Executiva Nacional

A Executiva Nacional do P-SOL vem publicamente repudiar os ataques desferidos através de matéria publicada pelo Jornal do Brasil contra ao Senador Geraldo Mesquita. Esta é uma campanha caluniosa com o único interesse de tentar enfraquecer e calar um Senador que recusou-se a compactuar com a traição do governo Lula contra os trabalhadores. Estes ataques tentam, da mesma forma, atacar o P-SOL, o partido que abriga os que negaram-se à cooptação e que começa a constituir-se como uma alternativa de esquerda, algo claramente demonstrado pelas últimas pesquisas eleitorais.

O P-SOL tem orgulho do Senador recém ingresso no Partido e afirma categoricamente que não existe nenhuma imoralidade ou ilegalidade no gabinete do Senador. A existência de funcionários com vínculos de parentesco dá margem para ataques, razão pela qual o P-SOL compõe seus gabinetes com militantes e dirigentes políticos qualificados, tratando de evitar qualquer vínculo de parentesco. O Senador Geraldo Mesquita encontra-se em processo de debate com o partido para reestruturar seu gabinete de acordo com as necessidades políticas do seu mandato e do P-SOL. Este processo de reestruturação parte da constatação absoluta de que o Senador não cometeu nenhuma ilegalidade, seus funcionários todos trabalham, e independente de vínculos familiares, são pessoas qualificadas, profissionais que trocaram suas carreiras na iniciativa privada para colaborar com o Senador no exercício de seu Mandato. Se em algum gabinete parlamentar funcionários – com vínculos familiares ou não – são utilizados para promover maracutaias ou “engordar a renda” de alguém esta prática deve ser denunciada e punida. Não é o caso do Senador Geraldo Mesquita. O Partido tem plena confiança em sua retidão ética, moral e política, qualidades raras na política brasileira e cujos desvios nem sempre são denunciados com a mesma veemência utilizada contra o Senador do P-SOL.