A outra ferramenta chave para controlar as massas é a transformação da estrutura sindical em um aparato estatal totalmente dominado pelo governo, através de seus agentes, sem nenhuma margem (ou com margens muito pequenas) de democracia operária. Por isso, Chávez atacou a “autonomia sindical” em seu discurso no teatro Teresa Carreño: “Os sindicatos não devem ser autônomos, é preciso acabar com isso”.

O projeto do chavismo é a redução da UNT a uma “extensão sindical” do governo e de seu partido, uma ferramenta de apoio à sua política, liquidando toda possibilidade de se transformar em uma verdadeira central dos trabalhadores. Parte desse projeto é que em seu interior não exista nenhuma corrente com alguma autonomia e traços independentes, como agora ocorre com a CCURA. Todas as discussões seriam resolvidas “disciplinadamente” dentro do PSUV.

Até agora quem está sendo convidado aos atos e reuniões do PSUV como “representante” da UNT é Rubén Linares, da Federação do Transporte, um dos assinantes da declaração a que nos referimos. Embora ele tenha sido escolhido em função de seu sindicato como um dos “coordenadores” da UNT, nenhum organismo da central o elegeu para exercer essa representação. Outros coordenadores com peso e prestígio, como Orlando Chirino e até Marcela Máspero (uma disciplinada militante chavista que, entretanto, cometeu o “erro” de fazer algumas objeções), não foram convidados. Será uma antecipação do que o governo pretende fazer? Designar “a dedo” a partir do PSUV a futura direção da UNT? Este é o método que Stalin Pérez e o próprio Rubén Linares defendem?
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