Felizmente, os ativistas que foram às edições anteriores do Fórum não tiveram somente essas opções equivocadas para debater. Em todos esses anos, ocorreram importantes discussões e articulações de lutas internacionais. Todo um setor de ativistas do Brasil e de outros países, que abraçam a alternativa socialista e de lutas, promoveu atividades alternativas, organizando verdadeiros Fóruns paralelos, sob o lema “Um mundo socialista é possível”.

A mobilização contra a Alca, pelo não-pagamento da dívida externa e contra a militarização imperialista, por exemplo, já teve no FSM uma alavanca muito importante. Da mesma maneira, tanto o PSTU como a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT), realizaram atividades debatendo e apoiando processos revolucionários, como no caso da insurreição argentina de dezembro 2001 (fortemente presente no FSM de 2002), ou a causa palestina (Fórum de 2003).

Na próxima edição, será realizado um Encontro Nacional da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas). A Conlutas expressa a luta pela construção de uma alternativa de direção para o movimento de massas, depois que a CUT e a UNE tornaram-se governistas.

Haverá atividades do Conlutas de grande importância, materializando-se como um verdadeiro Fórum paralelo. As atividades vão se desenvolver no ginásio Araújo Viana, que já foi sede, no passado, de algumas das mais importantes discussões do Fórum, e poderá ser uma alternativa para os ativistas descontentes com os rumos do governo do PT.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

A programação da Conlutas deve ter no dia 27 de janeiro um grande debate sobre os rumos do governo Lula e a esquerda no Brasil. No dia 29, vamos ter o Encontro Nacional da Coordenação Nacional de Lutas dos Movimentos Populares (com movimentos e organizações ligados à luta pela terra e pela moradia) e o Encontro Nacional da Conlute (Coordenação de Luta dos Estudantes, que teve um grande impulso com o plebiscito contra a reforma).

No dia 30, será realizado o Encontro Nacional da Conlutas, que está sendo organizado a partir de Encontros nos estados. Ao final do Encontro, está programada uma marcha contra as reformas neoliberais do governo, contra a Alca e contra a guerra no Iraque.

O PSTU e a LIT vão também realizar uma atividade central no FSM, no dia 28, também no Ginásio Araújo Viana. O tema será A Esquerda e a Democracia Burguesa na América Latina, falando da adaptação do PT e de outro setores da esquerda à institucionalidade. A mesa terá a presença de Fideo Nieto, um dos dirigentes da Tendência Revolucionária de El Salvador, que repudia o caminho atual da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), da qual foi um dos principais comandantes guerrilheiros (ver entrevista nesta edição). Está se discutindo a presença de um representante da esquerda revolucionária uruguaia, crítica da Frente Ampla, recém-chegada ao governo e que anuncia o mesmo rumo do governo Lula. O PSTU estará representado, contribuindo com a experiência vivida sob o governo do PT.

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