Não foi o Estado que mudou com o PT nas prefeituras e agora no governo federal“Mudar o Estado por dentro” ou lutar pela revolução socialista? A esquerda divide-se há muitos anos ao redor dessa questão, uma das diferenças essenciais entre os reformistas e revolucionários. A experiência do PT é só mais uma das experiências desastrosas dos reformistas na História.

Os reformistas entendem que o Estado é uma espécie de casa sem dono, que terá uma qualidade caso seu ocupante seja um governo de esquerda (poderá ser independente do imperialismo e ter políticas sociais a favor dos trabalhadores) ou de direita.
Os revolucionários afirmam que todo Estado, mesmo a democracia burguesa, é uma ditadura de uma classe (no caso atual, a burguesia) sobre outra (os trabalhadores em geral). A democracia burguesa, com suas eleições controladas, em que a burguesia ganha sempre, só legitima a ditadura, dando uma forma aceitável à dominação burguesa.

A experiência do PT é típica. Lula foi eleito porque as massas trabalhadoras queriam mudanças no plano neoliberal depois dos anos de FHC. Lula foi eleito, mas aprofundou a mesma política econômica. Como estamos vendo agora, a corrupção, outro elemento do governo anterior, repudiado pelas massas, também teve continuidade. Essa é a ditadura do capital, a democracia dos ricos e corruptos.
Não foi o Estado que mudou com a entrada do PT nas prefeituras e agora no governo federal. Foi o PT que assumiu exatamente os mesmos vícios dos partidos burgueses, como agora se comprova.

Não existem condições, nem de acabar com o desemprego, com o arrocho salarial ou mesmo com a corrupção, sem fazer uma revolução neste país. Não se pode romper com o imperialismo, nem fazer a reforma agrária, nem uma revolução socialista, sem acabar com este Estado e construir outro.

A corrupção só terá fim quando não existirem mais as grandes empresas, que são as grandes corruptoras, e os funcionários do novo Estado forem eleitos pelos trabalhadores, podendo ser revogáveis a qualquer momento e terem o mesmo salário dos operários, como ocorreu na Comuna de Paris.
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