O aumento das tarifas do transporte público voltou a ser motivo de protestos este ano, levando manifestantes às ruas e pressionando governos

Em Porto Alegre, está programado para a próxima quinta-feira, dia 10, o terceiro ato contra o aumento da passagem. “Vamos barrar mais um aumento” é o lema da mobilização convocada pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público de Porto Alegre, que exige a anulação do reajuste da passagem na cidade, que passou de R$ 2,80 para R$ 2,95, desde o último dia 7.

Na semana passada, no dia 4, o segundo ato reuniu cerca de 1.500 pessoas e foi duramente reprimido pela polícia.

O movimento que reúne várias entidades está fazendo um abaixo-assinado pela municipalização do transporte público em Porto Alegre. O texto acrescenta um artigo à Lei Orgânica da cidade que transfere à Prefeitura a organização e prestação do serviço de transporte coletivo. O objetivo é colher assinaturas para a apresentação de um projeto de iniciativa popular à Câmara de Vereadores.

Belo Horizonte
Na segunda-feira, dia 7, Belo Horizonte foi palco do 2° Ato Contra o Aumento da Tarifa de Ônibus. “Se a tarifa aumentar, a cidade vai parar!” foi a principal palavra de ordem na manifestação que reuniu milhares de pessoas.

Ao longo do percurso da passeata, que teve início no centro da cidade – a Praça Sete -, passou pela Prefeitura e pela sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra), a cada parada foi queimada uma catraca.

O aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,65 para R$ 2,85 foi anunciado pelo prefeito Márcio Lacerda na quinta-feira, dia 3. No mesmo dia, aconteceu o 1º Ato Contra o Aumento da Tarifa. Na sexta-feira, o Ministério Público suspendeu o aumento por 30 dias e determinou uma multa diária em caso de descumprimento.

A Prefeitura afirmou que acataria a suspensão. Contudo, o Setra-BH preferiu bancar o aumento, com a desculpa de que os aparelhos que cobram as passagens já tinham sido configurados. No domingo, os ônibus cobraram a nova tarifa, mas na segunda-feira, a empresa recuou e retornou o valor anterior.

Nas ruas, é possível barrar reajustes
Em Juiz de Fora, o anúncio do aumento da passagem em 9,76% também virou motivo de protesto. Diante de manifestações e de uma decisão judicial, o reajuste que aumentava a tarifa de R$ 2,05 para R$ 2,25 acabou sendo revogado pelo prefeito na semana passada.

Em nossa região, em Taubaté, a Prefeitura anunciou que manterá a tarifa congelada. O último aumento do preço da passagem ocorreu em 2011, quando a tarifa passou de R$ 2,40 para R$ 2,80. Em junho de 2013, durante a onda de protestos contra a situação precária do transporte público no país, o prefeito Ortiz Junior (PSDB) reduziu o valor para R$ 2,70.

O prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), também anunciou que este ano não haverá aumento. Contudo, a Secretaria de Transportes anunciou que concederá isenção de impostos às empresas de ônibus. A estimativa é que o impacto nos cofres municipais some cerca de R$ 3 milhões.

A péssima qualidade dos transportes públicos nas cidades é o resultado do descaso dos governos com esse serviço público essencial para a população, um desrespeito ao direito de ir e vir dos jovens e trabalhadores.

O fato é que a cada ano, as passagens são reajustadas a pedido dos empresários do setor (um dos principais doadores de campanhas eleitorais), praticamente sem qualquer critério. Os governos se negam até mesmo a realizar uma auditoria a fundo nas contas e planilhas dessas empresas.

A situação mudou desde junho do ano passado e a forte mobilização demonstrada pela juventude e trabalhadores tem pressionado os governos, garantindo conquistas como o congelamento da tarifa.

Todo apoio a essas lutas! Pelo avanço das mobilizações!

Transporte não é mercadoria! Chega de empresa de ônibus lucrando com o nosso direito!

Defendemos a revogação do aumento do preço das passagens e a redução imediata das tarifas atuais!

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