José Jonas Leon

A continuação da mega-saga espacial traz os momentos seguintes à destruição da Starkiller, a arma que aniquilou a nova República

Os agentes da Primeira Ordem partem para a ofensiva, perseguindo os poucos remanescentes da Resistência, ainda liderados pela general Leia Organa (Carrie Fisher). Enquanto isso, Rey (Dayse Ridley) parte em busca de respostas para o seu estranho poder com o último mestre Jedi, Luke Skywalker (Mark Hamil).

Ok, mais um filme comercial que a indústria cinematográfica usa e abusa em licenciamento para milhares de produtos. Um verdadeiro “blockbuster”, como dizem na área. Mas a arte, mesmo nesses casos, tem seu papel transgressor, aventureiro, tão rebelde quanto os Rebeldes que aprendemos a admirar na primeira trilogia (1977-1983), e que podem voltar a ativa agora.

Os Último Jedi, diferente do clima nostálgico de O Despertar da Força, traz muitos elementos novos que, para os mais aficionados, pode causar estranhamento, mas enriquece a saga com muito mais mudanças e quebras de paradigmas do que qualquer outro filme da franquia.

Existe também um olhar maior para a luta contra a opressão da Primeira Ordem, não só das suas consequências, como também da sua manutenção (a exploração de planetas inteiros, o lucro para os senhores das armas), que se refletem principalmente nas aparições de Rose (Kelly Mary Tran).

Mais do que a velha batalha do bem contra o mal, vemos a vergonha de um mestre que falhou, o medo de uma aprendiz em encarar o passado, o desespero e o sacrifício a qualquer custo de tantas e tantas vidas, se transformar na esperança. Esperança de que a faísca, que acende a fagulha da chama da Rebelião possa triunfar sobre aqueles que oprimem e exploram os povos de todos os cantos da galáxia em nome da Primeira Ordem.

As lições podem ser tiradas, mesmo de uma produção hollywoodiana. Não basta lutar contra os exércitos gigantescos, se não se combate também os que faturam com a morte e a guerra.

Já para quem não quer compreender, quem reclama das mudanças, o próprio Luke já dizia: “É incrível como tudo o que você disse está completamente errado“.