Uma vitória de Bush pode fazer com que ele enfrente uma grande mobilização popular contra a guerraDepois de um período em que Kerry esteve à frente, veio um “empate técnico” e as últimas pesquisas indicam certa vantagem para Bush. A campanha foi ficando mais “suja”. Setores próximos a Bush questionaram pela TV e pela internet o passado militar de Kerry, até então considerado um “herói do Vietnã”, o que causou impacto entre os seus possíveis eleitores. Os democratas acusaram Bush de ser um dos “meninos ricos” que evitaram a ida ao Vietnã com a ajuda de seus pais.

Hoje, é impossível prever o resultado de novembro. Mas podemos levantar algumas hipóteses e suas possíveis conseqüências. Uma derrota eleitoral de Bush teria possivelmente um significado similar à do espanhol Aznar frente a Zapatero: uma vitória distorcida das massas que pressionará pela realização de mudanças na política externa americana, dentro e fora do país, enfrentando, é claro, a resistência de Kerry. Uma vitória de Bush poderia dar origem a dois cenários. O primeiro é que ele trate de manter sua política e, junto com a resistência no Iraque, enfrente uma oposição de massas como não ocorre nos EUA desde a década de 1970 (contra Nixon e a guerra do Vietnã). A gigantesca mobilização de Nova York é um sinal importante nesse sentido e mostra o crescente repúdio de setores de massas contra a política de Bush. O segundo é que seja ele mesmo quem modifique partes de sua tática e, expressando as mudanças ocorridas desde 2001, se aproxime daquilo que propõem os setores imperialistas que o criticam.

Estas ou outras variantes só poderão ficar claras no futuro. Mas qualquer um que vença atuará como inimigo dos trabalhadores e dos povos do mundo. Vença quem vencer, temos de continuar nossa luta contra eles e redobrar nosso apoio à resistência do povo iraquiano.
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