Como estamos no início da crise, muitos sinais são ainda confusos, parciais. Existe um atraso na compreensão do proletariado. Os ataques do capital são brutais, mas ainda há muitas ilusões nos governos burgueses e nas direções sindicais reformistas.

Houve uma mudança importante com o fim da era Bush. Obama encerrou a crise política do imperialismo norte-americano. O governo voltou a impor suas políticas aos outros países imperialistas. Além disso, sinalizou uma esperança para as massas de todo o mundo de que é possível resolver os problemas com o imperialismo e não contra ele. Isso levou a um retrocesso da consciência antiimperialista.

Estamos perante uma crise prolongada. É necessário ter clareza para avaliar a situação concreta, sem exagerar a realidade ou perder de vista a tendência. Nos EUA, centro da crise, com ataques duríssimos do capital, o efeito Obama paralisa a reação do proletariado. Os acordos da GM e da Chrysler incluem uma derrota (pela redução de salários e direitos) sem forte reação do proletariado.

Na Europa, existe uma reação muito superior, que já incluiu duas greves gerais na França, uma no País Basco, outra na Hungria, mobilizações multitudinárias na Itália, lutas massivas do funcionalismo público em Portugal e inúmeras greves setoriais ou por empresa. No entanto, ainda são em sua maioria mobilizações controladas pelos aparatos das burocracias, sem continuidade, como é o caso francês.

O atraso está não só na reação do proletariado, mas em sua consciência, que se manifestou nas últimas eleições europeias com a vitória da direita na maioria dos países. Mas a crise vai se estender e se aprofundar. O proletariado terá de entrar em ação caso queira se livrar desses ataques. É possível que surjam situações de crise revolucionária nos países imperialistas, como há muitos anos não víamos.

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