Luiz Carlos Prates (Mancha), de São José dos Campos (SP)

A população de São Paulo conviveu na última semana com mais uma série de atentados do chamado PCC (Primeiro Comando da Capital). Agora, além do terror cotidiano imposto pela polícia principalmente ao povo pobre e negro da periferia, os trabalhadores e a juventude têm que enfrentar os ataques aos ônibus, supermercados, e outros locais públicos lançados pela quadrilha.

A onda de atentados culminou no seqüestro de um repórter da TV Globo e na divulgação de um vídeo em cadeia nacional em que um suposto integrante do PCC condena o sistema carcerário. Cada vez fica mais claro que o verdadeiro responsável por toda essa situação de pânico é o próprio Estado brasileiro.

A miséria, a pobreza, o desemprego e a falta de perspectiva para uma ampla massa de jovens é um terreno fértil para o tráfico de drogas e toda sorte de criminalidade. Ao mesmo tempo, o sistema carcerário falido, que se transformou num imenso depósito de pobres, foi o estopim para a explosão do que a imprensa chama hoje de “crise de segurança pública”. Mais uma vez, os culpados são os sucessivos governos que aprofundam a miséria e a repressão sobre o povo pobre, tratando os presidiários como animais e espalhando o pânico na periferia.

Hipocrisia
A crise deu pano para que o governo Lula tentasse faturar eleitoralmente. O governo, mais uma vez, ofereceu as tropas do Exército para enfrentar o PCC. O secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro, por sua vez, afirmou que só aceitaria se fosse para o Exército vigiar os presídios e invadir as favelas. Instalou-se então uma guerra de declarações entre PT e PSDB e o que não faltou foi um show de hipocrisia de ambas as partes.

O governo Lula mantém e aprofunda uma política neoliberal que criou o atual estado de miséria em que estão confinados milhões de pessoas no país. Já Alckmin aplica essa mesma política em São Paulo, sendo o principal responsável pelo estado de calamidade dos presídios. Agora, assim como fizeram nos meses anteriores, vão se utilizar do seqüestro do jornalista da Globo para defender mais políticas de repressão para resolver a criminalidade. Mas essa política está falida, e não impediram a explosão da violência.

Uma candidatura a serviço do povo negro
O crime organizado nada mais é que a outra face da burguesia, que explora e oprime jovens para seus negócios. Ao mesmo tempo, minha candidatura estará ao lado da juventude, dos trabalhadores, dos negros a serviço da luta contra a repressão do Estado e, principalmente, a serviço da luta contra as verdadeiras raízes da violência: o neoliberalismo, a miséria e a pobreza perpetuados pelo capitalismo.

Post author Luiz Carlos Prates, o `Mancha`, candidato a Senador pela Frente de Esquerda de São Paulo
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