Mesmo massacrados, aposentados não desistem de lutarAo chegar em casa após ter enfrentado mais de 34 horas de estrada e um dia inteiro de mobilizações, o metalúrgico aposentado Jorge Alselmo, 61, mais do que cansaço, experimentava um sentimento de dever cumprido. Ele integrou a caravana da Admap que partiu de São José dos Campos (SP) rumo a Brasília para a votação da aposentadoria na Câmara. “É muito sofrido, mas nós não desistimos nunca, somos perseverantes”, garante.

Jorge é um exemplo do flagelo a que estão submetidos os mais de 8 milhões de aposentados que recebem acima de um salário mínimo. Após ter contribuído tendo como base 10 salários de referência, o metalúrgico que deu 30 anos de sua vida à General Motors tem sua aposentadoria cada vez mais defasada. “Eu recebia o equivalente a 8 salários mínimos, hoje o que recebo não chega a 4”, reclama.

Situação parecida ao do presidente da Admap, Josias de Melo, aposentado em 1995 após trabalhar por 25 anos na GM. “Hoje ganho a metade do que ganhava trabalhando na fábrica”, afirma. O aposentado lembra que, há 10 anos, 12 milhões ganhava acima do mínimo, e hoje apenas 8 milhões recebem acima desse piso. Ou seja, a diferença entre o reajuste do mínimo e o restante das aposentadorias está achatando os benefícios.

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