Lula afirmou que o objetivo de sua viagem à China era a busca de mais um aliado para o grupo de países emergentes na composição de um bloco político-econômico, conhecido como eixo Sul –Sul. Isso lhe rendeu, inclusive, comparações com o movimento dos países não alinhados da década de 50 (Índia, Egito). Naquele momento, os governos desses países continham fortes traços nacionalistas e chegaram a se enfrentar com o imperialismo, por exemplo, quando o governo egípcio de Nasser nacionalizou o canal de Suez, há muito controlado pelos britânicos. Naquele momento, motivados pela guerra fria, esses países procuravam furar a divisão internacional do trabalho da qual eram meros exportadores, e lutavam por um desenvolvimento econômico nas áreas de alta tecnologia.

Nem a política externa do governo Lula, nem a implementada pelo governo chinês, representam uma retomada tardia desse projeto. Lula está longe de qualquer confronto com o imperialismo, basta lembrar que ele e Bush presidem a Alca.

Os mais de 400 latifundiários e empresários que acompanharam Lula na viagem à China, entre eles muitos representando multinacionais, foram os únicos que saíram lucrando nessa viagem ao ampliar suas exportações para o mercado chinês. Contratos milionários foram fechados na expectativa do governo recuperar uma pífia taxa de crescimento econômico este ano. Da mesma forma, a China também visa aumentar suas exportações para o Brasil. São duas imensas plataformas de exportações juntando forças para aumentar o lucro dos seus empresários. Nenhum um dos dois países está preocupado com a construção de uma política anti-imperialista ou visando à melhoria dos trabalhadores e da população empobrecida.

Pelo contrário, suas políticas são totalmente atreladas ao imperialismo, principalmente
o americano.

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