• Esquema de guerra na repressão aos atos de Miami

    Claúdia Costa, de Miami (EUA)

    `FotoMiami parecia uma cidade sitiada. Tropas de choque, polícia montada e tanques de guerra nas ruas. Milhares de policiais armados cercaram a cidade, que sediou a oitava reunião dos representantes de 34 países que participam das negociações para a implementação da Área de Livre Comércio das Américas. Uma forte campanha de intimidação apresentava os manifestantes como terroristas.

    Na reunião, Brasil e EUA tinham um acordo prévio sobre a implantação da alca e a manutenção de seu calendário até 2005. Os dois países batalharam juntos por essa resolução.

    A manhã do dia 20 de novembro começou com cerca de 20 mil trabalhadores, latinos e jovens chegando ao centro sob o cerco dos policiais que bloqueavam as ruas. O comércio e os transportes públicos não funcionaram.

    Nas ruas estavam, principalmente, trabalhadores. Estes passaram pela experiência do Nafta (acordo entre México, EUA e Canadá), e sentem que a Alca pode fazer com que o desemprego nos EUA ultrapasse o índice atual de 5%.

    Após um ato pacífico, o confronto. Mais de 200 pessoas foram presas e muitas ficaram feridas. No dia seguinte, os atos de protesto contra as prisões também foram respondidos com violência. Nas ruas de Miami, a Alca mostrou novamente a sua face: violência contra os povos.

  • Milhares de trabalhadores participam de plebiscito popular na Argentina

    Terminou com grande êxito o plebiscito popular sobre a Alca, dívida externa e militarização realizado na Argentina em novembro. Os mais de 20 mil ativistas dos movimentos sociais, integrantes de 300 organizações populares, conseguiram uma participação em massa da população: mais de dois milhões e trezentos mil votos foram registrados. “Isso só demonstra o forte sentimento antiimperialista que existe na consciência da população argentina”, declara Alicia Sagra, dirigente da Frente Operária Socialista (FOS), que participou ativamente do plebiscito. Alicia diz ainda que “o próximo passo será insistir na exigência da convocação de um plebiscito oficial sobre a Alca“, como exigimos no Brasil.

  • No Paraguai, 99% dizem não à Alca

    A campanha paraguaia “Não à Alca”, que envolveu 38 organizações sociais, realizou um plebiscito popular, encerrado no último dia 26 de novembro, sobre o acordo.
    Participaram mais de 180 mil pessoas, sendo que 99,57% foram contra a implementação da Alca. O resultado do plebiscito foi anunciado em uma manifestação com mais de três mil pessoas, que exigiu a retirada imediata do governo das negociações e a realização de um plebiscito oficial.

  • Polêmica na Costa Rica: derrotar ou negociar a Alca?

    A campanha contra a Alca está dividida na Costa Rica. Isso ficou claro na jornada de lutas contra a Alca realizada no ultimo dia 24 de novembro. Nesse dia houve duas marchas simultâneas que reuniram em média três mil manifestantes cada uma delas. Uma delas, convocada pela Frente Interna dos Trabalhadores e a Associação Nacional dos Funcionários Públicos, classificada pela imprensa como a mais “responsável”, defendia maior transparência nas negociações da Alca. A outra marcha, organizada pela Assembléia do Povo (AP) e pelo Movimento de Trabalhadores e Camponeses (MTC), exigia a não implementação da Alca e o fim das negociações. Durante o ato, Orlando Barrantes, dirigente do MTC, defendeu a preparação de uma greve geral para barrar a Alca.

  • No Brasil, reorganizar os comitês e retomar a campanha

    No dia 20, mobilizações sacudiram as principais capitais, como Porto Alegre e Recife. Em São Paulo, a passeata reuniu duas mil pessoas. Começou com um ato em frente ao Banco Central e foi encerrada no Consulado dos EUA. Uma parte da direção do ato, como o PCdoB, defendia as negociações em Miami. No entanto, as palavras-de-ordem exigiam o fim das negociações e um plebiscito oficial. Zé Maria disse no ato que “nenhuma Alca interessa aos trabalhadores, o governo, ao seguir negociando, está entregando nossa soberania. Assim como não há soberania light, não há Alca light. A única saída é sair das negociações”.

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