Castro e Ortega apoiam o líder líbio, e Dilma Rousseff se nega a repudiar o massacreEm 21 de fevereiro, o líder cubano Fidel Castro emitiu uma declaração com o título “O plano da OTAN é ocupar a Líbia”, fazendo, assim, eco às afirmações do próprio Kadafi. O que mais chama a atenção nesta declaração é que Castro sequer menciona a brutal repressão contra o povo líbio. Em vez disso, explica que o imperialismo, em particular o norte-americano, têm seus olhos nas reservas petroleiras líbias e, por isso, promove a ocupação militar.

Disse Castro: “O que para mim é absolutamente evidente é que o governo dos Estados Unidos não se preocupa em absoluto com a paz na Líbia, e não vacilará em dar à OTAN a ordem de invadir esse rico país, talvez em questão de horas ou poucos dias”. E agrega: “Uma pessoa honesta estará sempre contra qualquer injustiça que se cometa com qualquer povo do mundo, e a pior delas, neste instante, seria guardar silêncio ante o crime que a OTAN se prepara para cometer contra o povo líbio”.

Em outras palavras, com a justificativa de um suposto perigo de uma iminente invasão da OTAN, Castro apoia o ditador Kadafi que está massacrando seu próprio povo.

De sua parte, as palavras de Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, não necessitam de comentário algum. Um cabo da agência Europa Press o cita: “‘Eu me comuniquei por telefone com ele (Kadafi), logicamente ele está levando novamente uma grande batalha´, comentou Ortega, em declarações citadas pelo portal oficial nicaraguense El 19. (…) O mandatário transmitiu ao líder líbio a ‘solidariedade do povo nicaraguense´, assim como de seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).”

Já Dilma Rousseff, estreou seu governo se negando a condenar a repressão genocida do ditador líbio.

Estes dirigentes apoian Kadafi ou se negam a denunciar o massacre. Nós, ao contrário, estamos com os que no Egito, Tunísia e outros países do mundo se mobilizam em apoio à grande insurreição Líbia e pela queda do regime.

Abaixo a ditadura de Kadafi!
Pare a repressão genocida!
Todo o apoio aos trabalhadores e ao povo líbio!

Os trabalhadores e o povo, em sua luta por derrotar a ditadura de Kadafi, estão sofrendo uma repressão genocida. A classe operária e os povos do mundo devemos atuar já em seu apoio para frear a repressão e acabar com a ditadura.

A Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI) chama a mais ampla unidade de ação de todos os setores neste sentido. Em particular, chamamos as centrais operárias e as organizações populares a exigir de todos os governos, inclusive dos que se pronunciaram em apoio a Kadafi ou se calaram frente à repressão, que rompam relações imediatamente com a ditadura líbia.

Este texto é parte da revista Correio Internacional nº 4, 2011

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