Apesar de fazer discursos preocupados sobre a expansão militar dos EUA no continente, o presidente Lula vem tentando realizar acordos no mínimo questionáveis. No dia 3, o governo anunciou um acordo com o presidente Lugo para supostamente combater o narcotráfico e o crime organizado na chamada Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). O acordo prevê o investimento de R$ 60 bilhões e a criação de 11 bases militares. No entanto, a militarização da região poderá reforçar uma velha política dos EUA, que há anos pretende “combater” a suposta atuação de “terroristas” e seus “financiadores” na Tríplice Fronteira.

Mais estranho ainda foi a divulgação de um estudo, pelo jornal “O Globo” (4/5), cuja reportagem afirma que a Polícia Federal e a Marinha estudam criar uma central de inteligência com participação de EUA e outros países. A reportagem explica que a proposta seria a criação de uma força-tarefa internacional de combate ao narcotráfico, tráfico de armas e contrabando. A proposta de uma base conjunta teria sido apresentada pelo diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, ao comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, brigadeiro Douglas Fraser. Um acordo desse tipo não representa apenas uma séria ameaça à soberania, mas um passo decisivo para que os EUA avancem na militarização do continente.

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