O mundo dividido entre ricos e pobres é apresentado como uma “coisa natural que sempre existiu” ou como “vontade de Deus” pelos ideólogos burgueses. Mas a investigação científica já provou que os primeiros grupos humanos, que surgiram na Terra há cerca de um milhão de anos, viviam em coletividades comunistas, onde todos trabalhavam e todos consumiam coletivamente os produtos do trabalho. As sociedades divididas em classes sociais inimigas só existem há cerca de quatro mil anos. O que fez surgirem as classes sociais?

Durante o longo período do Comunismo Primitivo a sociedade era tão pobre, a produtividade do trabalho era tão baixa que apenas se produzia o mínimo necessário à sobrevivência, não havia uma produção a mais, excedente. Qualquer catástrofe natural causava fome e miséria. Por isso, cada indivíduo dependia de que todos trabalhassem e consumissem coletivamente os produtos da coleta, caça, pesca, cultivo e pastoreio.
Com o desenvolvimento das forças produtivas, as novas técnicas de agricultura, a criação de gado, o artesanato, o comércio etc, passou-se a produzir não só o mínimo necessário, mas também uma produção excedente. Isto tornou possível que uma minoria da sociedade pudesse viver sem trabalhar, se apoderando do produto do trabalho feito pelos outros e se constituindo como uma classe exploradora.

Assim surgiu há cerca de quatro mil anos, na Grécia e Roma antigas, uma sociedade dividida entre as classes dos senhores e a classe dos escravos; depois a sociedade feudal, dividida entre senhores feudais e servos; e a sociedade capitalista atual, dividida entre burgueses e proletários.

Se, assim como no passado, o desenvolvimento das forças produtivas gerou o surgimento das sociedades divididas em classes, nos dias de hoje ele torna possível o seu fim.

Hoje, as enormes forças produtivas acumuladas pela sociedade capitalista são capazes de atender as necessidades vitais do conjunto da humanidade. Isto só não acontece porque a produção coletiva feita pela classe trabalhadora é apoderada por uma minoria de burgueses que controla o sistema produtivo mundial a serviço do lucro e não a serviço das necessidades humanas.

Em sua luta contra a burguesia, a classe trabalhadora deve se apoderar dos meios de produção e colocá-los a serviço da maioria, realizando a revolução socialista. O pleno desenvolvimento das forças de produção elevará, enfim, nas palavras de Marx e Engels, a humanidade do “reino da necessidade” para o “reino da liberdade”. Ao se libertar da burguesia, o proletariado enterrará a última classe exploradora e dará início ao desaparecimento das classes sociais.

Segundo Engels, em Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, “Realizar este ato, que libertará o mundo, é a missão histórica do proletariado moderno”.
Post author Wiliam Felippe, da Secretaria Nacional de Formação e Propaganda
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