“Nossa, que ano difícil!”, talvez seja a frase que mais se escute país afora ao final de 2005. Mas, há “poréns” nesta história. Para Lula, Zé Dirceu e os picaretas do Congresso, as dificuldades brotaram das falcatruas em que eles se meteram para satisfazer seus próprios interesses. Já se o autor da reclamação for algum jovem ou trabalhador, motivos realmente não faltam. Este foi mais um ano de arrocho e ataques. Mas, se é verdade que as dificuldades foram muitas, também é um fato que existiram centenas de mobilizações em defesa de emprego, salário, moradia e terra, contra as reformas neoliberais e contra o próprio governo e seus corruptos aliados. Por isso mesmo, nós do PSTU, neste “balanço” de 2005, não queremos nos ater às dificuldades. Queremos ressaltar o orgulho que temos por termos compartilhado com
milhares de lutadores de um outro tipo de “dificuldade”: a de ter batalhado, de forma ininterrupta, para a construção de uma alternativa para os trabalhadores e jovens, os explorados e oprimidos deste país.

Janeiro, em Porto Alegre: “Está surgindo uma nova direção…”
No início do ano, enquanto o governo e seus aliados – com integral apoio da mídia – não mediram esforços na tentativa de transformar o Fórum Social Mundial num festejo a Lula, o PSTU esteve na linha de frente dos atos e eventos que, em Porto Alegre, denunciaram o governo e apontaram na construção de ferramentas de luta contra seus projetos neoliberais.

Neste sentido, merece destaque a realização dos Encontros Nacionais da Conlutas (com cerca de 1.500 ativistas) da Conlute (com mais de 1.000 estudantes) e da Central de Luta dos Movimentos Populares. Reuniões que significaram importantes passos na construção de uma alternativa de organização para os trabalhadores e a juventude, diante da patética falência das traidoras entidades governistas, como a CUT e a UNE.

Agosto, em Brasília: “Fora todos! Fora Lula, o Congresso, o PFL, o PSDB…”
Dali até o final do primeiro semestre, enquanto estávamos avançando na construção destas alternativas – participando, inclusive, de dezenas de eleições sindicais com chapas da Conlutas e da Conlute contra as entidades governistas –, o governo e seus aliados afundavam num lamaçal sem fim.

No auge da crise, em julho, enquanto ativistas e organizações dos movimentos sociais discutiam o que fazer – muitos deles questionando, inclusive, os próprios rumos da esquerda –, o PSTU realizou seu Congresso Nacional, reafirmando sua disposição de construção de uma alternativa socialista e revolucionária para os trabalhadores e a juventude.

Um mês depois, em 17 de agosto, essa disposição explodiu nas ruas de Brasília, onde cerca de 12 mil pessoas levantaram, juntamente com o PSTU, pela primeira vez, o grito de “Fora todos!”, exigindo a saída de Lula, seus corruptos aliados e, também, dos já conhecidos ladrões que compõem a “oposição” burguesa (PSDB, PFL e cia. ilimitada).

Ainda em Brasília: “É Conlutas! É Congresso Operário e Popular”
No dia seguinte ao ato, o PSTU jogou todas suas forças para garantir a realização do II Encontro da Conlutas. Um encontro vitorioso não só por ter reunido mais de 1.700 ativistas do movimento sindical, estudantil e popular, mas principalmente por ter apontado para a real possibilidade de construção de uma alternativa de organização: a realização, em abril de 2006, do Congresso Nacional dos Trabalhadores, o Conat.

Nos meses seguintes, o ato de Brasília ecoou em várias cidades brasileiras, onde também foram realizados encontros regionais e estaduais de preparação do Conat.

Brasil afora, o tempo todo: “Só a luta muda a vida!”
Entre estes eventos, estivemos em todos os cantos, em todas as lutas. Estivemos juntos com os jovens estudantes rebelados contra o sistema de transporte em Florianópolis e no Recife; com os estudantes, funcionários e professores que atravessaram o segundo semestre em greve, nas universidades Federais e nos Cefet’s; como também colocamos o PSTU e seus militantes a serviço da luta, em greves e mobilizações, de bancários, professores estaduais, trabalhadores dos correios e uma infinidade de outras categorias.

Com Trotsky, sintonizados com o mundo: “A classe operária é internacional”
No início de novembro, realizamos, em São Paulo, um ato em homenagem ao revolucionário russo Leon Trotsky, um dos maiores símbolos da luta pelo internacionalismo revolucionário. E, assim como no decorrer do ano, o evento foi apenas um eco de outras lutas que estávamos travando nas ruas.

No mesmo período, enquanto Lula recebia seu chefe Bush, estivemos na linha de frente das manifestações em repúdio à presença de carrasco norte-americano no Brasil.

Da mesma forma, no decorrer do ano, colocamos nossa imprensa e militância a serviço das lutas de trabalhadores e jovens de todo o mundo: nas ruas da América Latina, na periferia francesa, nos guetos ocupados por tropas brasileiras no Haiti etc.

Em 2006, a luta continua: “Venha para o PSTU”
Para finalizar, não poderíamos deixar de mencionar que todas estas lutas não teriam acontecido, e as muitas dificuldades não teriam sido superadas, sem aquilo que o PSTU tem de mais valioso: sua militância. Jovens e trabalhadores que de norte a sul do país têm dedicado sua vida à luta pela revolução socialista; gente para quem nenhuma dificuldade é suficiente para apagar uma certeza: “um outro mundo, socialista, é possível”.

Por isso, fica aqui nosso convite para aqueles que ainda não estão em nossas fileiras: Em 2006, venha para o PSTU.

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