ativistas estudantis que ocuparam reitorias se reunirão no Encontro Nacional de Estudantes e no Congresso da ConlutasDesde o início do ano passado o movimento estudantil tem realizado mobilizações impressionantes. Ao abrir as portas da reitoria, os estudantes da USP abriram caminho para um novo movimento estudantil. Um novo movimento que ocupou as reitorias das universidades federais contra o REUNI (projeto do governo), derrubou os reitores da UnB e da Fundação Santo André (SP) e segue realizando atos e ocupando reitorias como na UFMG, na UFAM, na UEPA e em outras universidades pelo país.

A UNE não foi capaz de organizar nacionalmente essas lutas e ficou do lado do governo, contra as mobilizações. Assim, demonstrou que se tornou uma entidade a serviço do Ministério da Educação (MEC), cão de guarda do governo Lula e de seu projeto de acabar com o ensino público. Na UFRJ, os representantes da UNE chegaram a agredir estudantes que se manifestavam contra o REUNI. Sem democracia e sem independência, a UNE morreu para a luta dos estudantes.

Congresso Nacional dos Estudantes democrático e pela base
A educação pública é atacada em todo o país pela política do governo Lula. O movimento estudantil precisa, portanto, se organizar nacionalmente para responder a esses ataques. A falência da UNE como instrumento de luta coloca na ordem do dia o debate sobre a necessidade de construir uma alternativa para lutar.

Está claro que é preciso avançar na organização nacional das lutas. Mas como fazer isso? Em nossa opinião, o movimento estudantil combativo do país tem a tarefa de construir um Congresso Nacional de Estudantes democrático e pela base. Esse é o próximo passo possível e necessário para que o novo movimento estudantil vá para frente. Ao contrário dos congressos da UNE, este deve ter uma comissão organizadora aberta a qualquer lutador ou entidade. Ele deve ser muito democrático, com uma ampla representatividade da base para eleger milhares de delegados nas mãos das assembléias de base, nos cursos. Um congresso assim será um passo fundamental para a construção de uma ferramenta de luta, democrática e antiburocrática.

Para nós, essa ferramenta deve ser uma nova entidade, no sentido de que deverá cumprir o papel de organizar as lutas, que hoje a UNE não cumpre mais. Mas ela deve ser o contrário do movimento estudantil da UNE. Não deve ser uma entidade nacional com uma diretoria que, depois de eleita em congresso, pode fazer tudo sem consultar ninguém. A direção nacional dessa nova entidade deve ser um fórum nacional de entidades, com representantes de centros acadêmicos, grêmios, DCEs e executivas e federações de curso. Esse fórum deve se reunir regularmente de dois em dois meses e definir democraticamente, através do voto, as bandeiras e tarefas dessa nova entidade. Antes de cada reunião nacional, as entidades que constroem a nova organização devem discutir antes a pauta e eleger seus representantes para a reunião nacional. Deve ser, portanto, um instrumento de luta controlado pelas bases.

Unir os estudantes e os trabalhadores na Conlutas
Mas não adianta avançar apenas na organização nacional do movimento estudantil. A luta dos estudantes em defesa da educação pública deve ser parte de uma luta maior pela transformação da sociedade. Do contrário, será derrotada.

Vivemos em uma sociedade dividida em classes. De um lado estão os patrões, empresários e banqueiros, vivendo na fartura e sem trabalhar. Do outro está a imensa maioria da população de trabalhadores, vivendo com baixos salários e ralando muito. O movimento estudantil deve estar ao lado dos trabalhadores. Assim, poderemos derrotar os ataques do governo e defender a educação.

mostrou a necessidade de os trabalhadores terem uma nova ferramenta. A construção da Conlutas tem sido fundamental no desenvolvimento das lutas dos trabalhadores e dos movimentos populares contra os ataques do governo Lula.

A juventude e o movimento estudantil têm que ser parte dessa história. Por isso é tão importante que os estudantes estejam construindo a Conlutas. Só através da unidade com os trabalhadores os estudantes podem contribuir para transformar completamente a sociedade.

A Conlutas e seu I Congresso são a expressão dessa unidade. Nele poderemos unir aqueles que ocuparam reitorias e fizeram inúmeras passeatas com os que ocuparam terras, canteiros de obra, fizeram greves e bloquearam estradas. Sem dúvida, a aliança com os trabalhadores deve ser e vem sendo uma das marcas desse novo movimento estudantil.

A luta dos trabalhadores e da juventude contra as mazelas do capitalismo deve ser feita contra o próprio capitalismo. Só através da destruição do capitalismo poderemos superar de uma vez por todas os males desta sociedade. Mas o fim do capitalismo e a construção do socialismo só serão possíveis com a unidade dos trabalhadores da cidade e do campo para lutar.

É preciso avançar na unidade dos trabalhadores, estudantes e movimentos populares para lutar contra os ataques do governo Lula. A Conlutas hoje transforma a desilusão em renovada esperança.

Post author Leandro Soto, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
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