Como há muito não acontecia, o movimento estudantil vem protagonizando lutas e enfrentamentos de enorme magnitude: em poucas semanas, milhares de estudantes universitários e secundaristas saíram às ruas, invadiram praças, ocuparam reitorias e pularam catracas nas principais capitais e grandes cidades do país. Enfrentaram a repressão policial, a justiça, a imprensa vendida e os conhecidos “processos administrativos” para dizer a todos que a luta em defesa da educação é uma luta sem trincheiras.

Não sabemos ainda o desfecho desses confrontos, mas uma coisa é certa: os ataques desferidos por Lula e pelos governos estaduais contra a educação seguirão provocando violentas reações no movimento estudantil combativo e em todos aqueles que defendem um ensino público, gratuito e de qualidade. Assim, ao mesmo tempo em que travamos nossas lutas hoje, devemos, desde já, nos preparar para os duros embates que ainda estão por vir.

O reaquecimento do movimento estudantil é uma enorme vitória para todo o movimento social. A tradição combativa dos estudantes brasileiros nos permite prever que muito em breve poderemos viver no Brasil algo similar ao que viveram recentemente Chile, França e México: um ascenso generalizado das lutas da juventude que gere uma verdadeira explosão social de conseqüências internacionais.

Só com muita luta e organização será possível combater os planos do Banco Mundial e do FMI, que querem transformar a educação em mais uma mercadoria, geradora de mão-de-obra barata para o mercado de trabalho precarizado. Por isso, a Juventude do PSTU é parte integrante de todos os enfrentamentos que vêm ocorrendo. Estivemos presentes nas ocupações da USP, UFAL, UniCamp, UFMA, UFRJ e Unesp e nas diversas lutas que ocorreram e ainda ocorrerão nestas e em outras escolas e universidades.

Entretanto, como parte de uma organização socialista e revolucionária, nossa luta não se resume à defesa desta ou daquela bandeira em particular, por mais importante que seja. Lutamos contra a sociedade capitalista como um todo: suas relações de propriedade, sua moral, seus costumes, suas forças repressivas, seus governantes e suas instituições. Mas a idéia de uma revolução socialista assusta muita gente. Por isso, antes mesmo de despertarmos definitivamente para a vida adulta, somos incansavelmente bombardeados por uma série de mentiras e falsas ideologias, cujo único objetivo é desviar nossa luta, ora para a via morta das reformas graduais e das eleições, ora para a idéia pura e simples de que o socialismo já morreu e que a única saída é o capitalismo.

Por outro lado, existem aqueles que nos falam de socialismo, mas só falam a metade: nos prometem uma “revolução bonita”, um “socialismo do século XXI” que virá ao mundo pelas mãos de um coronel e suas forças armadas. Para a Juventude do PSTU o socialismo não será obra deste ou daquele Bonaparte. Não haverá socialismo só com bravatas contra Bush ou Condolezza Rice. É preciso expropriar os grandes capitalistas e derrotar o imperialismo mundial.

Não haverá socialismo sem uma verdadeira revolução proletária que coloque os pobres e oprimidos no posto de comando da sociedade. Por isso afirmamos que Chavez não é uma alternativa. Parafraseando Marx, podemos dizer que o socialismo será mundial e por inteiro, ou não será.

Sabemos que até aqui muitos jovens concordarão conosco. Estaremos ombro-a-ombro com eles em todas as lutas que houver. Há centenas de milhares de jovens que acordam e dormem pensando que tudo está errado, que é preciso derrotar o capitalismo e construir uma sociedade socialista. Mas mesmo isso não é o suficiente. O que queremos discutir com esses jovens lutadores é que não bastam a coragem e a disposição revolucionárias sem uma organização que as alimente e impulsione.

A experiência de toda a história das lutas sociais demonstra que sem um partido revolucionário que aponte um norte estratégico para as lutas, cada vitória se transformará em derrota mais adiante. Sem um partido revolucionário a indignação de hoje será o cansaço de amanhã; cada luta, uma vez travada, se esfumaçará no ar. Sem um partido onde se organizar, o lutador incondicional de hoje pode virar o estudante comportado de amanhã.

Nós da Juventude do PSTU entendemos que a única forma eficiente de lutar por uma sociedade socialista é se organizando em um partido revolucionário. Por isso somos parte do PSTU. O PSTU é um partido socialista e revolucionário, de trabalhadores e jovens. O PSTU funciona em base a uma ampla democracia interna para debater e decidir sobre quaisquer assuntos de política, teoria e prática. No PSTU, tudo é discutido nos organismos do partido. Uma vez definida nossa política, ela é implementada por todos os militantes. Não temos chefes nem caciques com direitos especiais. No PSTU todos os militantes têm os mesmos direitos e deveres e estão submetidos à mesma disciplina coletiva. As relações que estabelecemos dentro do PSTU são relações de fraternidade e confiança entre camaradas que dedicam suas vidas a um mesmo e imenso projeto: nada mais, nada menos que mudar o mundo.

Fazemos um chamado a todos os lutadores para que venham conhecer o PSTU e sua Juventude, para que conheçam nossa teoria, nosso programa e nossa organização. Não oferecemos nenhum benefício ou privilégio, apenas a possibilidade de lutar pela transformação radical de toda a sociedade. Não temos, nem podemos ter, nenhuma perspectiva nos marcos do capitalismo. Somente uma sociedade socialista poderá garantir à juventude plenas condições para crescer, se desenvolver, criar e contribuir. A revolução socialista mundial soará para a juventude como a hora de sua libertação.

“Organizar a esperança,
conduzir a tempestade,
romper os muros da noite.
Criar sem pedir licença,
um mundo de liberdade.”

Pedro Tierra

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