Já havíamos denunciado como a polícia tratava de impedir nossas manifestações durante o mês passado, inclusive, durante o Primeiro de Maio. Há duas semanas, protestando diante de um escritório do Ministério de Assuntos Trabalhistas, fomos atacados por uma gangue. Duas de nossas companheiras foram arbitrariamente detidas e passaram uma semana presas ilegalmente. Foi necessária uma forte mobilização para garantir sua liberdade. Está mais do que claro que estão proibindo os direitos constitucionais hoje no Haiti.

Nesta quarta, dia 28 de maio, o presidente de Brasil, Inácio Lula da Silva, virá visitar as tropas brasileiras, que ocupam Haiti, como o presidente haitiano, René Préval.

Em total desacordo com a presença das tropas, que estão em nosso país para garantir a implementação do projeto imperialista-burguês de exploração extrema de mão-de-obra barata, planejamos realizar um “sit-in”* diante do palácio nacional para deixar claro ao presidente brasileiro nossa posição. O protesto foi categóricamente negado pela policía nacional! Nem mesmo um protesto um pouco mais afastado, no parque onde se encontra o palácio, foi aceito. Protestos em frente ao Ministerio de Assuntos Estrangeiros ou em frente da embaixada brasileira ou nos subúrbios também foram categoricamente proibidos. Desta vez, com ameaças claras de repressão.

Esta nota de imprensa pretende mostrar a situação de total bloqueio da expressão contra aqueles que lutam por seus direitos supostamente “democráticos” e, sobretudo, contra os que não aceitam a ocupação do Haiti.

Puerto-Príncipe, 27 de maio de 2008

* “Sentaço”, um protesto pacífico em frente ao palácio

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