Sindicatos de várias categorias de peso da classe trabalhadora estão em processo eleitoral. Todas essas eleições, ao contrário dos anos anteriores, se dão em um novo patamar. Depois da experiência de dois anos e quatro meses com o governo Lula, as bases das principais categorias estão hoje profundamente decepcionadas com o governo do PT ao verem a continuidade do receituário neoliberal.

Esse amplo desgaste se expressa, cada vez mais, no surgimento de novas oposições sindicais pelo país, com profundos vínculos com a base das categorias, e com a crescente ruptura de sindicatos com a CUT governista. Todas as oposições sindicais, que o Opinião Socialista apresenta em suas páginas, já votaram em plenárias de base a sua adesão à Conlutas e fazem parte da sua coordenação nacional.

Assim como o movimento sindical combativo lutou nas décadas de 70 e 80 para expulsar os pelegos indicados pela ditadura para a direção dos sindicatos, agora a luta é para varrer os novos pelegos e retomar essas entidades. Atualmente, os dirigentes sindicais da CUT e do PT cumprem o mesmo papel que os interventores desempenhavam duas décadas atrás: atrelar os sindicatos ao Estado para atacar os trabalhadores. A independência de inúmeras entidades está sendo minada por esses “neopelegos”, que, junto com o governo Lula, querem impor a reforma Sindical e Trabalhista, protagonizando um ataque histórico aos trabalhadores.

No entanto, no bojo desse processo está a resistência das oposições sindicais organizadas em torno da Conlutas, que lutam para retomar a tradição de luta dos sindicatos. As oposições sindicais devem ser mais do que chapas de oposição, devendo permanecer organizadas depois das eleições. Hoje, mais do que nunca, está atual a palavra de ordem contra a intervenção da ditadura e pela independência dos sindicatos: “Fora Pelegos! Retomar os sindicatos”.
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