Terminou no sábado, 7 de junho, a apuração dos votos da eleição do Sindicato Estadual dos Professores de São Paulo (Apeoesp). Ao todo, 65.990 trabalhadores votaram, quase 10% a mais do que na última eleição, em 2006.

A Chapa 2 – Oposição Unificada na Luta obteve 23.213 votos (35,18%), aumentando espaço na diretoria da entidade. A Chapa 1, ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), central organizada pelo PCdoB, obteve a maioria dos cargos na diretoria executiva, fazendo 35.756 votos (54,18%).

A diretoria da Apeoesp é composta proporcionalmente pelo número de votos de cada chapa que obtiver um mínimo de 10% dos votos. Assim, as chapas 3 e 4 não participarão da próxima gestão, pois fizeram 3,64% e 3,1% respectivamente.

Oposição cresce na categoria e vence na capital
A Oposição Unificada na Luta cresceu com relação às eleições passadas. Para Geraldinho, membro da Chapa 2, esse crescimento “significa um aumento do espaço político junto à categoria, uma necessidade de mudar a diretoria da entidade, porque parte da categoria já não acredita mais na atual direção”.

A Oposição Unificada na Luta reuniu ativistas da Conlutas, da Intersindical, da Oposição Alternativa, da Frente de Oposição Socialista, da Apeoesp na Escola e na Luta e da Alternativa Sindical Socialista. Apesar de não ter conseguido maioria no total geral da votação, a Chapa 2 foi vitoriosa na capital paulista (55,54%) e conquistou a maioria em importantes cidades do interior, como Ribeirão Preto, São José dos Campos, Barretos, Santo André, Franco da Rocha e Barretos. Na Grande São Paulo, a Chapa 2 fez 49,92% dos votos.

A Oposição, que tinha dez diretores executivos, passa a ter um a mais. Dentro da Oposição, a Conlutas também cresceu com relação à gestão anterior. No período de 2006 a 2008, a entidade ocupava seis cargos na diretoria executiva. Agora, passa a ser representada por nove diretores.

Geraldinho avalia que o resultado foi bastante positivo. Apesar de a Oposição ainda não ter conseguido reverter os votos do interior, já houve um crescimento significativo. “Essa vitória fortalece a Conlutas por um lado e a oposição unificada por outro, o que pode ter reflexo na construção de um movimento nacional de educação”, diz.

Ele acredita que a Oposição sai dessas eleições ainda mais fortalecida para lutar pelas reivindicações da categoria. “O resultado traz para a categoria a perspectiva de uma nova direção que está sendo construída”, conclui.

Na sexta-feira, 13 de junho, acontece a primeira assembléia dos professores de São Paulo após as eleições. Nesse dia, os trabalhadores farão uma paralisação. A assembléia será às 15h na Praça da República. Na pauta, estará em debate a revogação do Decreto 53.037/08 do governador José Serra (PSDB). A medida impõe avaliação de desempenho, dificulta a participação em concursos internos, entre outros ataques.

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