O resultado das eleições para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, ocorridas entre 20 e 23 de junho, expressam uma contundente vitória da Oposição Bancária e um desgaste ainda maior para a direção da entidade que, apesar de ter ganhado as eleições, sai do processo mais fragilizada que nunca. Mesmo enfrentando todo o aparato do sindicato, que foi financiado pela CUT, o governo e os banqueiros, a chapa da oposição teve uma expressiva votação, atingindo 35% dos votos válidos.

“Nossa participação foi extremamente vitoriosa, consolida e credencia a Oposição como alternativa de luta frente à essa direção falida”, afirma Dirceu Travesso, candidato a presidente pela Chapa 2. A chapa da Oposição, que reúne os ativistas mais atuantes da greve nacional de 2004, teve a maioria dos votos em bancos como Nossa Caixa, Caixa Econômica e Banco do Brasil, além de uma presença destacada no Bradesco de Alphaville, da Cidade de Deus, no ABN/Sudameris da região da Paulista, no Unibanco da Praça do Patriarca e em várias regiões, como Zona Oeste, Paulista e Centro.

Por outro lado, a Chapa 1, da situação, teve pouco mais de 18 mil votos num universo de 43 mil sindicalizados com direito a voto; ou seja, não teve sequer metade dos votos dos sindicalizados e, numa categoria que compreende 110 mil bancários, essa direção se reelegeu com a aprovação de pouco mais de 17%.

Isso demonstra toda fragilidade e desgaste de uma direção ligada aos escândalos de corrupção que assolam Brasília. Para não se ter dúvida do comprometimento da direção desse sindicato com o caso do “mensalão”, basta mencionar a ilustre presença de Delúbio Soares na festa de comemoração da Chapa 1, logo após a apuração dos votos. A política dessa direção explica o baixíssimo índice de sindicalização (39%), um dos sindicatos de bancários com menor taxa de sindicalização.

A campanha realizada pela Chapa 1 foi marcada pela baixaria, autoritarismo e tentativa de fraude. E o pior, a corrente majoritária da CUT e do PT, a Articulação, teve ao seu lado setores da esquerda petista e da CUT, que se uniram para defender o sindicato.

“A Pelegada pode esperar, setembro vai chegar”
Com essa direção falida e a consolidação da Oposição Bancária, o próximo passo é a organização pela base da campanha salarial, enfrentando a direção, a CUT, o governo e os banqueiros. Para isso, a Oposição vai a cada local de trabalho conversar com os bancários sobre a campanha salarial e a necessidade – como em setembro de 2004 – da categoria ficar atenta contra armações do sindicato.

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