Nos dias 14 e 15, aconteceu em Xerém (RJ) o Primeiro Seminário do Movimento Nacional de Oposição Bancária. O Opinião Socialista conversou com Alexandre Lopes, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro da Coordenação Nacional do MoO que pretende o Movimento Nacional de Oposição Bancária?

Construir uma alternativa de direção para a nossa categoria, que atualmente é dirigida pelo governismo (PT e PCdoB).

O que esse movimento já conseguiu realizar?

Ano passado, a partir dos companheiros do Banco do Brasil, em Brasília, deflagramos uma rebelião de base que se espalhou pelo país. Deflagramos uma greve nacional nos bancos públicos com a intervenção da Oposição Bancária em diversas assembléias. Participamos também de algumas eleições em sindicatos importantes, como em Natal, onde vencemos.

Qual é o objetivo do Seminário?

Além de reunir o movimento, tínhamos a necessidade de discutir o governo Lula, os rumos do movimento sindical e a nossa organização. Temos uma avaliação consensual sobre o caráter burguês do governo Lula e a necessidade de derrotar sua política. Houve consenso também sobre a falência da CUT como instrumento de luta e a necessidade de construção de uma alternativa. Nesse sentido, o Seminário solicitou a nossa participação na Conlutas como observadores até o novo encontro que realizaremos após a campanha salarial, quando nos posicionaremos definitivamente.

O que o seminário discutiu sobre a campanha salarial da categoria?

Os sindicalistas governistas vão tentar de tudo para evitar uma greve e vão tentar fechar acordo rebaixado para não atrapalhar a política de Lula. Para isso, eles escondem as nossas perdas salariais, fazendo um discurso mentiroso de que estamos lutando por aumento real. Nossa política é incentivar a rebelião de base e a mobilização dos bancários, mesmo que para isso tenhamos que fazê-la por fora do sindicato.

Mas a CNB-CUT divulgou um calendário de lutas que aponta greve de 24 horas para o dia 19 de agosto e um Encontro Nacional da categoria para o dia 25. Vocês acham positivo esse calendário?

É apenas uma aparência de campanha, mas ela está preparando o golpe. O calendário orienta greve de 24 horas, mas sem assembléia para dar continuidade. Aponta um Encontro Nacional da Categoria num dia de semana. Vai ser um encontro sem envolver a base. Devemos exigir a realização de assembléias gerais para preparar a greve de 24 horas do dia 19 e ainda exigir a realização de um Encontro Nacional da Categoria no dia 4 de setembro. Precisamos votar a indicação de realização de assembléias no dia 8, com deflagração da greve geral da categoria por tempo indeterminado a partir do dia 9 de setembro. Este é um calendário de lutas para levar a nossa categoria a arrancar as suas reivindicações.
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